O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, recebeu nesta quarta-feira (3) na Casa Branca o presidente da Autoridade Nacional Palestina, Mahmoud Abbas, para conversar sobre o estagnado processo de paz no Oriente Médio. As informações são da agência EFE.
“É uma grande honra ter o presidente (Abbas) conosco”, declarou Trump, no Salão Oval da residência oficial, ao ressaltar que o conflito entre israelenses e palestinos já dura muito e que esperava que “algo fantástico” saísse das conversas de hoje.
Em fevereiro, Trump recebeu na Casa Branca o premiê israelense Benjamin Netanyahu, quando se desvinculou da política de seus três antecessores, ao pôr em dúvida que a ideia de que a paz no Oriente Médio virá com a criação de um Estado palestino, por meio da chamada solução de dois Estados. “Estou avaliando uma solução de dois Estados e de um Estado. Gostarei da [solução] que as duas partes gostarem. Posso viver com qualquer das duas”, afirmou o presidente americano na ocasião.
Ambiguidade
A ambiguidade de Trump sobre esse ponto gerou preocupação entre os palestinos e os países-membros da Liga Árabe, que, na última cúpula, ressaltaram seu apoio à criação do Estado palestino.
O vice-presidente dos Estados Unidos, Mike Pence, antecipou ontem (2) que Trump está considerando seriamente transferir a embaixada do país para Jerusalém, algo que havia prometido durante a campanha. Trump não quis se pronunciar hoje sobre esse tema, ao ser perguntado por jornalistas antes de sua reunião com Abbas no Salão Oval.
“Facilitador”
Trump se ofereceu hoje para ser o “facilitador” de um acordo de paz entre israelenses e palestinos que, a seu julgamento, não pode ser “imposto” pelos Estados Unidos e deve ser negociado diretamente entre as partes. Em declaração conjunta com Abbas na Casa Branca, ele se disse “comprometido” a trabalhar com os dois lados para tentar selar o acordo de paz.
“Farei tudo o que for necessário para facilitar um acordo, para intermediar ou arbitrar qualquer coisa que eles queiram fazer. E vamos conseguir”, declarou Trump. O presidente americano disse que, ao longo de sua vida, “sempre” escutou que “talvez o acordo mais difícil” de ser alcançado seja o de paz entre israelenses e palestinos.
“Vamos ver se podemos mostrar que estão equivocados”, disse Trump, olhando para diretamente para Abbas, que acenou com a cabeça mostrando concordar. O presidente americano evitou entrar em detalhes sobre as condições que considera necessárias para tornar possível a paz.
Para Trump, não haverá paz duradoura se os líderes palestinos não tiverem “uma só voz contra a incitação à violência e ao ódio”. Além disso, o presidente destacou que a paz significa também “derrotar” o Estado Islâmico (EI) e outros grupos jihadistas.
“Ocupação” de Israel
O presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP), por sua vez, disse a Trump que “é hora de Israel por fim à ocupação de territórios palestinos. Ele reiterou a Trump que qualquer acordo de paz entre palestinos e israelenses tem que incluir a chamada “solução de dois Estados” e ser baseado nas fronteiras de 1967.
Na opinião de Abbas, Trump está determinado a ter sucesso em negociações de paz e acredita “firmemente” que é possível chegar a uma solução permanente para o conflito no Oriente Médio.
Segundo a agência de notícias palestina Wafa, o objetivo da visita de Abbas a Washington é analisar o papel que o governo dos Estados Unidos pode desempenhar na retomada das negociações de paz com os israelenses.