O brasileiro-palestino Islam Hamed, de 30 anos, entra hoje no 60º dia de greve de fome. Hamed reivindica a liberdade e o regresso ao Brasil já que terminou de cumprir a pena a qual foi condenado há um ano e meio. Ele foi preso pela primeira vez quando tinha 17 anos, acusado de atirar pedras em soldados israelenses. Desde então, só conseguiu viver em liberdade por 18 meses nos intervalos entre sair e voltar para a cadeia.
Hamed estava preso em uma penitenciária na cidade de Nablus, no norte do território ocupado da Palestina, mas foi transferido para Ramala nesta semana. Ontem (10), ele desmaiou e foi levado a um hospital. De acordo com informações da família, o médico que atendeu Hamed disse que alguns órgãos dele já estão parando de funcionar.
A situação levou o secretário de Direitos Humanos do município de São Paulo, Eduardo Suplicy, a cobrar agilidade do Itamaraty. Em e-mail enviado na noite de ontem ao ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, ele faz um apelo para que Islam Hamed “seja imediatamente abrigado na Embaixada do Brasil em Ramala e que também possa ser obtido o salvo-conduto para que ele volte ao Brasil”.
Apesar de morar em um vilarejo próximo a Ramala, para onde Islam Hamed foi transferido, a mãe do jovem, Nádia Hamed, não considerou a mudança positiva. “Eles querem que Islam pare a greve, mas ele diz que só vai parar quando estiver em liberdade e seguro.”