Após a eleição à Presidência no Chile, vencida pelo ultradireitista José Antonio Kast, o presidente argentino, Javier Milei, republicou em suas redes sociais uma imagem que retrata o Brasil e outros países sul-americanos governados por líderes de esquerda como uma favela. A Argentina e as nações lideradas por políticos associados à direita, por sua vez, aparecem como cidades futurísticas.
A postagem polêmica ocorreu na segunda-feira (15), no dia seguinte à vitória de Kast sobre a governista Jeannette Jara, no segundo turno da eleição chilena. Milei republicou a imagem de uma página satírica nos stories do Instagram, que desaparecem depois de 24 horas.
“Basta de socialismo empobrecedor”, afirma a publicação na página. O líder argentino não escreveu comentários adicionais.
Milei ainda republicou outras imagens que mostram a América do Sul dividida. De um lado, aparecem Brasil, Colômbia, Guiana, Uruguai, Suriname, Venezuela e Guiana Francesa, governados pela esquerda ou centro-esquerda, com exceção da Guiana Francesa, que pertence à França. Todos são retratados como regiões subdesenvolvidas.
Do outro lado, estão Argentina, Bolívia, Equador, Paraguai e Peru, com líderes associados à direita, além do Chile, retratados como regiões desenvolvidas.
Vitória de Kast equilibra mapa ideológico sul-americano
O resultado no Chile ajudou a equilibrar o mapa ideológico na América do Sul, que agora conta com seis líderes alinhados à direita e seis à esquerda.
Presidente mais à direita no Chile desde a ditadura de Augusto Pinochet (1973-1990), Kast, 59, tentava, pela terceira vez, ser presidente. A ordem pública e o controle da imigração irregular foram temas decisivos para sua vitória no domingo.
Lula parabeniza Kast e reforça relações bilaterais
Próximo do atual presidente chileno, Gabriel Boric, de esquerda, Lula parabenizou Kast em suas redes sociais:
“Cumprimento Kast por sua eleição à Presidência do Chile e o povo chileno pela sua participação em um processo eleitoral democrático, transparente e ordenado”, escreveu o líder brasileiro.
“Seguiremos trabalhando com o novo governo chileno em favor do fortalecimento das excelentes relações bilaterais, dos sólidos laços econômico-comerciais que unem Brasil e Chile, pela integração regional e pela manutenção da América do Sul como zona de paz”, continuou Lula.
Outras eleições na América do Sul em 2025
Outras eleições também impactaram o cenário político sul-americano neste ano:
- Equador: O direitista Daniel Noboa foi reeleito presidente em abril. Antes escolhido para um governo-tampão, ele assumiu um mandato de quatro anos ao derrotar a opositora Luisa González, de esquerda.
- Guiana: Irfaan Ali, de centro-esquerda, foi reeleito em setembro.
- Suriname: O Parlamento elegeu Jennifer Geerlings-Simons, a primeira mulher presidente do país.
- Peru: José Jerí, de direita, substituiu Dina Boluarte, que sofreu impeachment no último dia 10. Sétimo presidente do país desde 2016, ele prometeu adotar uma abordagem dura em relação ao crime.
- Bolívia: A vitória de Rodrigo Paz, de centro-direita, marcou em outubro o fim de quase 20 anos de domínio do MAS (Movimento ao Socialismo), partido cuja principal figura é Evo Morales.









