PC-AM prende homem em Coari por dopar e abusar sexualmente de adolescente após conhecê-lo no jogo Free Fire

A Polícia Civil do Amazonas (PC-AM), por meio da Delegacia Interativa de Polícia (DIP) de Coari (a 363 quilômetros de Manaus), divulgou, em coletiva de imprensa nesta quarta-feira (1º/10), a prisão de um homem de 32 anos, investigado por estupro de vulnerável de um adolescente de 14 anos. A vítima foi abusada sexualmente enquanto estava sob efeito de soníferos aplicados pelo homem.

O delegado-geral adjunto da PC-AM, Guilherme Torres, destacou que a instituição, por meio do Departamento de Polícia do Interior (DPI), tem feito um forte combate à violência contra crianças e adolescentes, tanto na capital quanto no interior, e que o reflexo desse trabalho são as mais de 350 prisões realizadas desde o início do ano.

Ele ressaltou, ainda, a atuação do delegado José Barradas e da equipe de investigação da DIP de Coari, responsáveis pela prisão de um criminoso que utilizava jogos online para cooptar crianças e adolescentes, levá-los para sua casa, dopá-los e abusar deles.

“É importante que os pais e responsáveis estejam atentos e monitorem o que seus filhos estão fazendo em jogos online. Toda a rede de proteção precisa enfrentar essa problemática e, assim, nós reafirmamos o compromisso da Polícia Civil no combate a toda e qualquer violência contra crianças e adolescentes”, falou o delegado-geral adjunto.

O delegado Paulo Mavignier, diretor do DPI, mencionou que o caso serve de alerta para a população amazonense e reforçou a necessidade de os pais estarem atentos ao que crianças e adolescentes acessam na internet e às interações que mantêm em jogos com salas de bate-papo.

“Essa prisão é um alerta para que a população do Amazonas vigie ainda mais os seus filhos, veja o que eles estão fazendo no celular, com quem estão conversando e quais tipos de jogos estão acessando. Os criminosos estão se aproveitando de jogos eletrônicos para aliciar crianças e adolescentes, então é importante que os pais busquem informações e tenham consciência dos perigos virtuais”, disse o delegado.

Conforme o delegado José Barradas, as investigações iniciaram há uma semana, quando a vítima foi encaminhada à delegacia pelo Conselho Tutelar para registrar a denúncia. Inicialmente, a mãe do adolescente percebeu que ele não estava bem de saúde e passava o dia sonolento, motivo pelo qual estava há uma semana sem frequentar a escola, devido às altas doses do medicamento.

“A genitora também observou que a vítima tinha várias lesões nas partes intimas e levou ao hospital do município, onde foi verificado a prática do estupro de vulnerável, bem como as perfurações por agulhas no braço. O adolescente foi ouvido na delegacia e foi submetido aos exames de conjunção carnal e de corpo de delito”, explicou o delegado.

De acordo com o delegado, com o avançar das investigações, identificou-se que o autor conheceu a vítima por meio do jogo eletrônico Free Fire e, a partir desse contato, a chamou para jogar em sua casa, onde ele dopou o adolescente e praticou o crime.

“Em depoimento, o adolescente contou que o indivíduo o convenceu a aplicar uma injeção para gripe e depois disso ele lembra vagamente do que aconteceu, em razão do sedativo que lhe foi aplicado. Logo que iniciamos as investigações, já identificamos que o autor é uma pessoa investigada em mais de 10 Inquéritos Policiais (IPs) por estelionato, e ele já chegou inclusive a se passar por médico em Coari”, contou o delegado.

Ainda conforme o delegado, as investigações irão continuar para apurar se há outras possíveis vítimas do autor, bem como a participação de um técnico de enfermagem que ajudou o homem a ter acesso a medicamentos de um hospital de Coari.

Durante o cumprimento dos mandados de prisão preventiva e busca e apreensão na residência do indivíduo, no domingo (28/09), no bairro Urucu, em Coari, a equipe policial encontrou vários medicamentos controlados e utilizados para fins de sedação, seringas e receitas de uso controlado, além de terem sido apreendidos o aparelho celular do homem e o sistema de segurança da residência dele.

O diretor do IML, perito e médico legista, Sérgio Machado, esclareceu que os medicamentos apreendidos são exclusivos de hospital, motivo pelo qual não são encontrados em farmácia, e também explicou que eles têm poder sedativo por 24 horas e, se aplicado, corre risco de a pessoa não recordar o que aconteceu anteriormente.

“Se tratam de remédios que causam uma sonolência de 24 horas, ou seja, a pessoa vai perder um pouco da força e da reação, e ainda tem o agravante que podem causar amnésia. Nesse caso, houve a sorte do adolescente recordar o que aconteceu, mas tem gente que pode não ter o mesmo benefício”, explicou o diretor do IML.

Procedimentos

O homem responderá por estupro de vulnerável e está à disposição da Justiça.

FOTOS: Erlon Rodrigues e Divulgação/PC-AM.