Tanques israelenses foram vistos em duas áreas da Cidade de Gaza que servem como portas de entrada para a região central, segundo relatos de moradores nesta quinta-feira (18). A internet e as linhas telefônicas foram cortadas em toda a Faixa de Gaza, sinalizando que as operações terrestres provavelmente vão se intensificar em breve.
As forças israelenses controlam os subúrbios do leste da Cidade de Gaza e, nos últimos dias, atacam as áreas de Sheikh Radwan e Tel Al-Hawa. Essas regiões seriam bases para um avanço em direção às áreas central e oeste da cidade, onde se concentra a maioria da população.
Ismail, que usava um e-SIM para se conectar, afirmou:
“A desconexão dos serviços telefônicos e de internet é um mau presságio. Sempre foi um sinal ruim de que algo muito brutal está para acontecer.”
Ele descreveu a situação como desesperadora:
“As pessoas nas barracas e nas casas estão muito preocupadas com suas vidas. Muitos não têm condições de sair, mas muitos não querem”, disse, falando de uma área costeira no oeste da cidade.
Pelo menos 14 palestinos morreram na quinta-feira devido a ataques israelenses ou disparos na Faixa de Gaza, incluindo nove na Cidade de Gaza, segundo autoridades de saúde locais. A Empresa Palestina de Telecomunicações informou que seus serviços foram interrompidos “devido à agressão contínua e ao ataque contra as principais rotas de rede”.
Israel intensifica operações militares em Gaza
Em comunicado, as Forças Armadas israelenses informaram que expandem operações na Cidade de Gaza para desmantelar a “infraestrutura terrorista” e “eliminar terroristas”. A nota não mencionou o apagão das telecomunicações nem detalhou os movimentos dos tanques. As operações continuam também em Khan Younis e Rafah, no sul da Faixa de Gaza.
Desde o anúncio de Israel, em 10 de agosto, sobre a intenção de controlar a Cidade de Gaza, centenas de milhares de palestinos fugiram. No entanto, um número ainda maior permanece na região, vivendo entre ruínas ou em acampamentos improvisados.
Os militares lançam panfletos pedindo que os moradores se desloquem para uma “zona humanitária” no sul, mas as condições ali são precárias, com falta de alimentos, medicamentos, espaço e abrigo adequado.
Israel afirma querer destruir o grupo militante Hamas em suas fortalezas e libertar os últimos reféns mantidos em Gaza. A ofensiva, resultado de dois anos de conflito devastador, recebeu condenações internacionais.
Na quinta-feira, Israel informou a morte de quatro militares em combate no sul do território palestino.
Fonte: Em Tempo









