Comandante Dan defende a criação de policiamento aquaviário no Amazonas

Nesta segunda-feira (18/8), o deputado estadual Comandante Dan (Podemos), presidente da Comissão de Segurança Pública da Assembleia Legislativa do Amazonas (Aleam), defendeu a criação de um policiamento aquaviário no Amazonas como estratégia de combate ao narcotráfico e à pirataria nos rios da região.

Recentemente, participou de uma caravana fluvial que percorreu 1.600 quilômetros do rio Solimões, entre Tabatinga e Manaus, com paradas em 20 cidades e 42 comunidades rurais.

Para o parlamentar, é necessário um plano emergencial que contenha a entrada de drogas e armas pela tríplice fronteira e que fortaleça o patrulhamento dos rios.

“Os piratas dos rios no Amazonas utilizam drones para planejar ataques, fazem uso de alta tecnologia, de armamento pesado, se infiltram nos poderes legislativos municipais, e nossa polícia sequer possui um batalhão capaz de patrulhar de forma adequada os rios no combate ao narcotráfico e à pirataria. Vimos recentemente relatos de tráfico por meio de submarinos. O crime está organizado e o poder público não pode simplesmente correr atrás do prejuízo, ser reativo. É preciso estar à frente para ter sucesso. Defendo a criação de uma estrutura policial militar e civil para o patrulhamento dos rios”, declarou o deputado.

Segundo Comandante Dan, embora o problema seja crítico e cause prejuízos sociais, ambientais e econômicos expressivos, até mesmo o sistema de informações sobre as ocorrências é deficitário.

“A informação mais atualizada de que dispomos é que, entre outubro de 2020 e dezembro de 2023, foram roubados 7,7 milhões de litros de combustíveis pelos piratas dos rios, causando um prejuízo de R$ 48 milhões. Os ataques, naquele período, aumentaram 105% em comparação com os anos anteriores, de acordo com o Sindarma (Sindicato das Empresas de Navegação Fluvial no Estado do Amazonas). Mas estamos em agosto de 2025 e os crimes continuam acontecendo, sem que haja sequer um sistema de informações efetivo sobre o assunto. Precisamos investir pesado em equipamentos e tecnologia, capacitando um policiamento ostensivo nos rios, com controle e monitoramento. Até agora, estamos perdendo essa guerra”, explicou.

O deputado fez referências à instalação de bases fluviais como um aceno extremamente positivo do Estado brasileiro, em parceria com o Executivo estadual, para promover a segurança pública nos rios do Amazonas e regiões próximas.

Ele considera um avanço, mas reforça que ainda é necessário investir em tecnologia, rapidez de mobilidade e aumento do contingente policial, a fim de garantir respostas imediatas.

No dia 12 de julho, quando iniciou a caravana pela calha do Solimões, Comandante Dan reuniu-se com o secretário municipal de Segurança Pública de Tabatinga, tenente-coronel PM Herlon, e com o comandante do Batalhão de Polícia Militar do município, major PM Jonatas Soares.

Na ocasião, recebeu o documento intitulado “O tráfico de drogas nos rios do Amazonas: policiamento fluvial e estratégias integradas para a segurança, proteção ambiental e a cooperação transnacional”. O material está em análise pela Comissão de Segurança Pública da Assembleia Legislativa do Amazonas.

“A iniciativa dos policiais militares é oportuna e necessária. Eles apontam com clareza a falta de ostensividade policial nos rios da Amazônia, a ausência de uma polícia dedicada ao policiamento aquaviário e a necessidade de leis que regulem e fortaleçam essa atuação e enxergam o problema sob a ótica de quem vive sob a pressão das facções transnacionais, retratando a realidade da faixa de fronteira. Estamos fazendo um exame minucioso, inclusive sob o aspecto jurídico, para verificar se algumas das propostas apresentadas podem ser transformadas em projeto de lei. Algo precisa ser feito com urgência. Não falamos apenas de ocorrências policiais, mas de comando e domínio de áreas inteiras, de populações reféns de criminosos e de autoridades comprometidas”, finalizou o parlamentar.