BR-319 permanece interditada no Amazonas pelo 4º dia seguido

A BR-319 permanece totalmente interditada nos quilômetros 23 e 25, no Amazonas, pelo quarto dia consecutivo, nesta quarta-feira (4), após o desabamento de um aterro e uma pane em um rebocador.

As travessias provisórias sobre os rios Curuçá e Autaz-Mirim, instaladas em 2022, sofreram danos causados pelas cheias. A Polícia Rodoviária Federal (PRF) não prevê liberação da rodovia por enquanto.

Interdição no KM 23 da BR3-319 – Rio Curuça

Nas primeiras horas da manhã desta quarta-feira (4), a PRF sinalizou com barreiras o bloqueio no quilômetro 23 da BR-319, onde fica a travessia do rio Curuçá, para alertar os motoristas.

O aterro que sustentava a passagem cedeu após ser arrastado pela forte correnteza, intensificada pela cheia do rio. Na terça-feira, o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) informou que enviou brita de Manaus para reforçar o trecho danificado.

O DNIT também iniciou uma operação de reforço com rachão nos acessos à ponte do Curuçá. A obra seguirá ao longo da semana, nos dois lados da estrutura, com o objetivo de restaurar completamente o tráfego, inclusive para veículos pesados.

Interdição no KM 25 da BR3-319 – Autaz-Mirim

Na terça-feira à noite, a PRF informou que o quilômetro 25 permanecia bloqueado devido à pane no rebocador que movimenta a balsa sobre o rio Autaz-Mirim. As equipes planejam reposicionar a balsa nesta quarta com apoio de um rebocador mais potente.

O Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) explicou que um caminhão de carga pesada forçou a entrada na balsa, rompendo o cabo, o que causou a pane. O veículo já foi retirado, e as equipes trabalham para reposicionar a embarcação.

Rota alternativa

A rodovia é a única ligação terrestre entre Manaus e Rondônia, conectando o Amazonas ao restante do país. A interdição, iniciada na madrugada de domingo, bloqueia o tráfego entre Careiro e Manaus.

Como alternativa, motoristas devem retornar ao km 68, seguir pelo ramal São José até Iranduba e continuar pela AM-352, trajeto que acrescenta cerca de 2 horas.

O DNIT pede que os usuários sigam as orientações das equipes no local e reforça a importância da compreensão durante as obras.

Debates políticos sobre a BR-319

O debate sobre a pavimentação da BR-319, rodovia que liga Manaus a Porto Velho, gerou intensos confrontos entre senadores do Amazonas e a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva. Em audiência na Comissão de Infraestrutura do Senado, em 27 de maio de 2025, a ministra se retirou após discussões acaloradas com parlamentares locais.

Senadores como Plínio Valério (PSDB) e Omar Aziz (PSD) criticaram a postura da ministra, acusando-a de ignorar as necessidades da população amazonense e de obstruir o desenvolvimento da região. Valério afirmou que Marina “despreza as condições de vida na Amazônia” e questionou a lógica de permitir obras para eventos internacionais, como a COP30, enquanto impede a pavimentação da BR-319.

A ministra, por sua vez, defendeu a necessidade de estudos ambientais e econômicos antes de qualquer intervenção na rodovia, argumentando que a construção de uma estrada de 400 km no meio da floresta virgem sem um projeto produtivo associado não é justificável . Ela também ressaltou que obras sem planejamento adequado podem agravar problemas como seca e incêndios na região.

Fonte: Em tempo