Zé Ricardo critica novo empréstimo de R$ 2,5 bilhões da PMM e alerta para impacto nas futuras gestões

Durante a votação do Projeto de Lei que autoriza a Prefeitura de Manaus a contrair um novo empréstimo no valor de R$ 2,5 bilhões, o vereador Zé Ricardo (PT) se posicionou de forma contrária à proposta e classificou o montante como “absurdo”. Segundo o parlamentar, o valor representa cerca de 25% do orçamento anual do município, estimado em R$ 10 bilhões, e pode comprometer as finanças das futuras administrações.

Zé Ricardo criticou a falta de transparência da proposta e afirmou que o prefeito David Almeida (Avante) já realizou outros cinco empréstimos desde o início de sua gestão, somando R$ 1,7 bilhão em dívidas.

“Quando o prefeito esteve aqui na abertura do ano legislativo, afirmou que pagou cerca de R$ 3 bilhões em dívidas herdadas de gestões anteriores. Agora, ele pretende repetir esse cenário, deixando mais dívidas para os prefeitos que virão. Isso precisa ser debatido com seriedade, ouvindo a Secretária de Finanças e a população. Afinal, essa decisão afeta diretamente a vida das pessoas”, declarou o vereador.

Histórico de endividamento da capital

O parlamentar também apresentou um levantamento dos empréstimos realizados por gestões anteriores. Entre 2005 e 2008, na administração de Serafim Corrêa, o valor da dívida foi de R$ 581,2 milhões. Já no governo de Amazonino Mendes (2009-2012), o montante chegou a R$ 504,6 milhões. Na gestão de Arthur Neto (2013-2020), foram 15 operações de crédito que totalizaram R$ 2,5 bilhões.

Com o novo projeto do Executivo Municipal, Zé Ricardo afirma que os empréstimos acumulados durante o mandato de David Almeida poderão ultrapassar a marca dos R$ 4 bilhões, caso o valor seja aprovado.

“O que vemos é uma sequência de empréstimos que favorece, principalmente, os bancos, que recebem altos juros. Mas quem realmente paga essa conta é a população. É ela que sente os reflexos dessa política de endividamento no dia a dia”, completou o vereador.

Zé Ricardo disse ainda que seguirá fiscalizando as ações do Executivo e cobrando maior transparência na aplicação dos recursos públicos, especialmente em decisões que podem comprometer o orçamento das próximas décadas.