O vereador Rodrigo Guedes (PP) criticou a postura do presidente da Câmara Municipal de Manaus (CMM), vereador David Reis, que, segundo ele, se aproveitou da recomendação do Ministério Público (MP) para cancelar o concurso público realizado pela Casa Legislativa. Guedes destacou que a recomendação do MP não é uma obrigação, mas sim uma sugestão, e que Reis usou esse argumento para justificar a decisão de não nomear os aprovados.
De acordo com Guedes, a verdadeira motivação por trás da anulação do concurso seria a tentativa de economizar recursos, já que, segundo ele, o presidente da CMM não queria nomear os aprovados, alegando falta de orçamento. Para o vereador, a desculpa de que não há verba disponível é apenas uma estratégia financeira e não uma preocupação com supostas irregularidades no processo seletivo.
“David Reis aproveitou-se da recomendação do MP para cancelar o concurso, mas é importante frisar que recomendação não é obrigação. O MP apenas sugeriu, mas a decisão final estava nas mãos da CMM. Reis usou isso como uma oportunidade para não nomear os aprovados e economizar de R$ 500 mil a R$ 1 milhão por mês”, afirmou o vereador.
Guedes também destacou que o concurso foi realizado durante a gestão do ex-presidente da CMM, Caio André, e que a alegação de falta de orçamento, por parte de Reis, não se sustenta, uma vez que o concurso já havia sido aprovado antes de sua gestão.
“Nem o David Reis nem a sua base querem nomear os aprovados, e agora ele usa essa desculpa para não seguir com o concurso. A questão financeira está sendo usada como desculpa para não honrar o compromisso com os aprovados”, explicou Guedes.
Durante uma reunião com representantes do MP, Guedes revelou que foi discutido que a justificativa para não nomear os aprovados seria a falta de dinheiro. Segundo o vereador, essa posição ficou mais clara durante o encontro, que contou com a participação de 24 vereadores e três promotores.
“O MP fez uma recomendação para que houvesse um novo concurso, mas essa recomendação não é uma imposição. Acredito que, com o processo judicial pendente, Reis vai usar isso como desculpa para não nomear os aprovados nem realizar um novo concurso”, opinou o parlamentar.
Além disso, Guedes criticou a postura do presidente da CMM em relação à investigação de um possível caso de fraude envolvendo um procurador da Casa Legislativa. Segundo o vereador, a anulação do concurso serviria para “encobrir” qualquer investigação sobre o caso.
“Com a anulação do concurso, eles acham que não precisam investigar o suposto fraudador. Estão apenas empurrando para debaixo do tapete uma possível irregularidade”, afirmou Guedes.
O vereador finalizou sugerindo que, caso o concurso seja cancelado, a CMM deve restituir os valores pagos pelos candidatos que participaram do processo seletivo.