O prefeito do município do Juruá, Ilque Cunha (MDB), herdou de seu antecessor uma montanha de abacaxis para descascar nos próximos quatro anos de mandato.
No final de agosto de 2024, praticamente no apagar da luz, o ex-prefeito José Maria Rodrigues da Rocha Junior, conhecido como Dr. Junior contratou, por exemplo, com o Banco do Brasil, empréstimo de R$ 4,5 milhões, autorizado pela Câmara Municipal do Município, em julho de 2024, para despesas de custeio de capital.
Em apenas 10 dias, logo após a assinatura do contrato, o ex-prefeito pagou mais da metade do valor depositado nos cofres da prefeitua às empresas LF Viana, ABCVA LTDA., Barreto IC LTDA (R$ 1.500.000,00), L DA S FRAN, VHN Serviço e Wagner CP ME (R$ 501 mil) (ver documento).
Nenhuma das despesas, entretanto, foram comprovadas ainda que em simples pedaços de papel pela atual gestão.
O prazo total do contrato é de 120 meses, contados da data de assinatura até o fim da amortização. Ao valor contratado incidirão encargos financeiros a taxa anual média dos Certificados de Depósitos Interfinanceiros (CDI), acrescidos de sobretaxa efetiva de 6,50% a.a.
Segundo o prefeito do município, até o momento nenhuma parcela do valor contratado foi paga e as cobranças não param de chegar. Hoje, o volume de juros se aproxima de R$ 100 mil.
Ilque Cunha já decidiu que não vai descascar nem nenhum abacaxi, plantado, cultivado e adubado para a alimentação do ex-prefeito, Dr. Junior, que já é investigado por suspeita de lavagem de dinheiro, corrupção e organização criminosa (ver abaixo).
Segundo o prefeito, o assunto – empréstimo de R$ 4,5 milhões com o BB – será levado ao Ministério Público do Amazonas (MPEAM) para que, em consonância com a lei, tome as providências necessárias para o caso.
Lavagem de dinheiro, corrupção e organização criminosa
No início de outubro do ano passado, o Ministério Público do Amazonas (MP-AM), informou que vai investigar o então prefeito do Juruá, José Maria Rodrigues da Rocha Junior, mais conhecido como “Dr. Junior” (PSD), por suspeita de lavagem de dinheiro, corrupção e organização criminosa.
De acordo com a Promotoria de Carauari, Dr Junior é responsável por comandar um esquema de lavagem de dinheiro e corrupção ativa e passiva, envolvendo sua mãe, Walderina Feitosa da Rocha (Republicanos), que é andidata à vice-prefeita de Carauari na chapa do candidato Chico Costa (UB), da coligação “Por ti Carauari”.
Ainda segundo a denúncia, o então prefeito utilizava empresas de amigos como a J.C. Barão dos Santos, C.V. da Silva Fonseca e TAC Comércio de Suprimentos de Informática, para enviar vultuosas quantias em dinheiro, que eram direcionadas à campanha de sua mãe Walderina Feitosa da Rocha.
As empresas que não possuem qualquer ligação com a Prefeitura de Carauari, sacava dinheiro em espécie e direcionava a Walderina Feitosa da Rocha utilizar em sua campanha.
Ainda segundo a denúncia, o dinheiro enviado pelo prefeito Dr Junior para as empresas que destinam os recursos para a candidata à vice na chapa “Por ti Carauari”, são oriundos de recursos da Prefeitura de Juruá.
Fonte – Fato Amazônico