Avião que caiu no AM e deixou 2 mortos tinha documentação irregular e não podia voar, aponta Anac

O piloto Rodrigo Boer e passageiro Breno Braga Leite, vítimas de acidente aéreo no Amazonas — Foto: Reprodução

O avião que caiu em Manicoré, no interior do Amazonas, resultando na morte de duas pessoas, estava irregular e não deveria estar operando, conforme consta em um documento do sistema da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac). Os destroços da aeronave foram encontrados cinco dias após o acidente, em uma área de floresta, após esforço conjunto das autoridades e moradores da região.

O desaparecimento da aeronave de matrícula PT-JCZ ocorreu na sexta-feira (20). A Prefeitura de Manicoré informou que os destroços foram encontrados a pouco mais de 2 km da Comunidade Bom Jesus, na estrada Igarapé Grande, em uma área de difícil acesso, após cinco dias de buscas.

No sistema da Anac consta que a aeronave estava com o Certificado de Verificação de Aeronavegabilidade vencido, indicando que o avião não poderia estar voando.

O avião bimotor, modelo Cessna 310Q, tinha capacidade para até seis ocupantes e era de propriedade de uma empresa da Bahia. O g1 não conseguiu localizar a empresa responsável pela aeronave.

Piloto havia relatado problemas na aeronave à mãe

Durante o período em que a aeronave estava desaparecida, Nágila, mãe de Rodrigo Boer, gravou um vídeo emocionado fazendo um apelo desesperado por informações sobre o filho.

No vídeo, ela relembrou detalhes das conversas que teve com Rodrigo nos dias que antecederam o voo. Segundo Nágila, ele havia mencionado que o avião apresentava defeitos e precisava de reparos. Após a chegada das peças, ela contou que Rodrigo realizou testes na aeronave e afirmou a ela que o avião estava quase pronto para voar.

Ainda de acordo com a mãe, na véspera do acidente, Rodrigo demonstrou entusiasmo ao informar que faria o trajeto até Manaus, algo que ele sempre sonhou em realizar. Ele teria pedido para que ela mantivesse a calma, mesmo que não conseguisse contato com ele por até dois dias.

“Eu vou conhecer a Amazônia, eu vou fazer o que eu sempre quis, o que eu sempre sonhei, e obrigada pela senhora estar do meu lado”, relatou Nágila, lembrando as palavras de despedida do filho.

Os corpos das vítimas do acidente aéreo em Manicoré foram levados em cortejo até o aeroporto do município na tarde desta quinta-feira (26). De lá, foram transportados para Manaus e, posteriormente, enviados às suas cidades de origem. Com G1 Amazonas.