No sábado (28/9), dia em que completou dois anos do desabamento da ponte do rio Curuçá, o deputado Comandante Dan (Podemos) realizou o ato “Brado Cidadão” nas ruínas da ponte, no KM 25 da BR-319. O ato faz parte de um movimento mais amplo, liderado pelo parlamentar, o “Soluciona BR”, que busca trafegabilidade com segurança para a estrada que liga Manaus a Porto Velho.
Defensoria Pública, Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Amazonas (Crea-AM), Polícia Rodoviária Federal, Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq), autoridades do Careiro da Várzea e mais de 200 cidadãos, entre lideranças comunitárias e população mais atingida pela restrição de mobilidade imposta pela ausência da ponte, se fizeram presentes ao ato.
Um dos momentos mais emocionantes do “Brado Cidadão” foi a manifestação de Francione Viana e Kelly Fernandes, filhos de duas das cinco vítimas mortas com a queda da ponte, Maria Carneiro Viana e João Fernandes. Passados dois anos, eles sequer receberam auxílio funeral. O processo para apuração de responsabilidade se encontra parado, por ausência de laudo da perícia especializada. Além das cinco mortes, houve um saldo de 14 feridos.
“O movimento quer justiça, tanto às famílias das vítimas da queda das pontes, quanto ao coletivo dos cidadãos do Amazonas, que em meio a uma tragédia ambiental que secou os leitos dos rios, não pode fazer uso da única estrada que permite a chegada de insumos e de ajuda”, afirmou Comandante Dan em seu discurso. Ele lembrou, ainda, da necessidade de fiscalização e de políticas preventivas às queimadas florestais.
“Não consigo conceber a BR sem uma política efetiva de preservação ambiental: reprimir apenas não basta, é necessário prevenir e monitorar, agir no início, não depois que a floresta está queimada”, disse.
Problemas na balsa da Ceasa
Os problemas não estavam apenas na ponte que desabou sobre o rio Curuçá, sem previsão de entrega até o final de 2024. Eles começam já em Manaus, no embarque da balsa para o Careiro da Várzea. Na madrugada de sábado (28/9), havia uma fila quilométrica para embarque, com mais de uma centena de carretas, além de veículos utilitários menores e de viaturas de passeio.
Segundo informações obtidas de um trabalhador da travessia, que não quis se identificar, o motivo do atraso foi a chuva que atingiu o município do Careiro da Várzea, que impossibilitou os caminhões de desembarcarem. O problema foi causado pelo aclive no barro para a saída da balsa, sem condições de subida, após a chuva, para veículos pesados.
O mesmo trabalhador denunciou que, devido à seca excessiva do rio, a balsa já passa entre praias, quase encalhando.
“A seca para nós não é inédita, pois é o segundo ano consecutivo de vazante recorde e parece que não aprendemos nada com a tragédia de 2023. Vimos tudo se repetir, sem uma providência efetiva”, finalizou o deputado Dan.
O movimento continua
Na terça-feira, 1º de outubro, o deputado Comandante Dan realiza uma Cessão de Tempo a representantes das feiras da capital, que falarão de desabastecimento e majoração de preço, em razão da dificuldade de chegada de mercadorias a Manaus.