O Impostômetro (foto em destaque), painel eletrônico da Associação Comercial de São Paulo (ACSP) que registra a quantidade de tributos pagos em todo país, bateu, às 8h20 desse domingo (21/7), a marca dos R$ 2 trilhões de impostos pagos em 2024.
Em 2023, a marca de R$ 2 trilhões em impostos foi atingida em 30 de agosto. Enquanto que, em 2024, esse número foi alcançado em um período menor: 40 dias antes da marca do ano passado.
De acordo com dados da ACSP, o Impostômetro registrou, pela primeira vez, o valor de R$ 2 trilhões em impostos pagos em 9 de dezembro de 2015.
Para computar a arrecadação tributária, o painel contabiliza todos os pagamentos feitos pelos brasileiros à União, estados e municípios em tributos como impostos, taxas, multas e contribuições. Alguns deles são: IPI, PIS, Cofins, ICMS, ISS, IPTU, IPVA.
O Impostômetro é um painel eletrônico fixado na sede da Associação Comercial de São Paulo, no centro histórico da capital paulista. Os dados da arrecadação tributária também podem ser acessados pela internet. Ele funciona desde 2005.
Por que bateu os R$ 2 trilhões tão rápido?
Em comparação com o mesmo período do ano passado, o Impostômetro estava na marca de R$ 1,7 trilhão, o que representa um crescimento de 17,6%. O economista Ulisses Ruiz de Gamboa, da ACSP, atribui o avanço desse número ao aumento da atividade econômica, renda e emprego, além do impacto da inflação e da reintegração do PIS e Cofins nos combustíveis.
“Nós temos um sistema tributário que taxa excessivamente o consumo, assim na medida em que os preços dos bens e serviços aumentam a arrecadação também cresce. Além disso, a elevação da atividade econômica tem um impacto positivo na arrecadação. Se esses dois fatores continuarem ocorrendo, que é o mais provável, a gente vai continuar tendo antecipação desse resultado de R$ 2 trilhões”, explica Gamboa.
O economista diz que “nossa carga tributária é comparável à da Grã-Bretanha, embora nossa renda por habitante seja significativamente inferior”. Ainda segundo ele, “pagamos uma carga tributária desproporcional ao nosso nível de desenvolvimento econômico, o que acaba por sufocar o potencial de expansão da economia”.
Já o presidente executivo do Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação (IBPT), João Eloi Olenike, acredita que esse avanço rápido em comparação a 2023 “reflete as diversas medidas do governo federal para aumentar os tributos, como o ajuste das alíquotas do ICMS em diversos estados de 1% para 2%, a atualização do IPTU e o aumento do IPVA em várias unidades da federação.” Com Metrópoles.