Polícia conclui inquérito e pede prisão preventiva de Nino Abravanel

Reprodução/Instagram

São Paulo – A Polícia Civil apresentou, nessa quinta-feira (11/7), o relatório final do inquérito e pediu a prisão preventiva do influencer Deivis Eliseu Costa Silva, de 18 anos, conhecido como Nino Abravanel, pelo assassinato do pedreiro Tarcísio Gomes da Silva, 32, ocorrido em maio.

Nino Abravanel está foragido e alega inocência. Também foram incriminados Derik Elias Costa Silva, 20, que é irmão do influencer e apontado como o autor dos disparos contra a vítima, e mais quatro comparsas.

Tarcísio era suspeito de matar o avô de Nino e foi morto com 11 tiros, a maioria na região da cabeça, nas imediações do Terminal Guarapiranga, na Estrada do M’Boi Mirim, na zona sul da capital paulista. O crime aconteceu na noite de 19 de maio de 2024.

Segundo a Polícia Civil, a identificação dos autores foi feita com base na análise de imagens (veja abaixo) de diversas câmeras de segurança. As filmagens captaram o veículo usado pelos assassinos – um Honda City prata – a partir do qual os investigadores montaram o passo a passo do homicídio.

Quem são os suspeitos

No relatório final de investigação, obtido pelo Metrópoles, o Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP) afirma que as imagens extraídas “demonstraram claramente a participação de todos os envolvidos na dinâmica do crime”.

“Inclusive notamos que no dia do crime o clima estava quente e todos eles usavam moletom com capuz, como meio de dificultar as suas identificações”, registra o documento policial.

De acordo com a investigação, Nino Abravanel teria sido responsável por dirigir o veículo usado no crime. No carro, também estavam Derik, Eberton Salles de Lima, Enrico Jonatan da Silva Leal e Júlio César de Souza Alves – o único que foi efetivamente preso até o momento.

O último acusado é Pablo Lyncoln Lira da Rocha, que teria autado como “olheiro” em uma motocicleta, segundo a polícia.

“Espetáculo Circense’

Ao representar pela preventiva dos suspeitos, a Polícia Civil afirmou que a prisão serve para “garantir a ordem pública” e alegou que o grupo pode ameaçar testemunhas.

“Tanto Deivis como Derik são influenciadores digitais com muitos seguidores, além de trabalharem na ‘Plataforma do Tigrinho’”, registra o relatório.

“São pessoas que podem, sem sombra de dúvida, pressionar as testemunhas por meio dos seus seguidores digitais.”

Para os investigadores, também haveria chance de os suspeitos usarem as redes sociais para “se vitimizarem e captarem cada vez mais seguidores, transformando o cometimento de um crime de homicídio em uma espetáculo ‘circense’”.

Defesa

Em nota, o advogado Felipe Cassimiro, que representa Nino Abravanel e o irmão, afirma que o pedido de prisão é “completamente injusto” e diz que o influencer é “totalmente inocente”.

No comunicado, o advogado chama reiteradamente a vítima de “serial killer” e diz que Tarcísio “havia assassinado brutalmente o avô de Nino”.

“O serial killer Tarcísio Gomes da Silva tinha um histórico criminal bem extenso, incluindo casos de estupro, homicídio e feminicídio, e encontrava-se, ainda por cima, foragido da Justiça”, registra.