Presa em flagrante e investigada pela Polícia Civil mineira por fazer transplantes capilares sem ser formada em medicina, a farmacêutica Lúcia Felippe Janot Marinho, 38 anos, chegou ampliar os negócios para atender pacientes em uma clínica localizada em um prédio luxuoso na Barra da Tijuca, bairro de alto padrão, na zona oeste do Rio de Janeiro.
Em um vídeo publicado nas redes sociais, a empresária e CEO da clínica Espaço Capilar, em Muriaé (MG), fala sobre “fé” e diz que decidiu montra um negócio “diferente de tudo que existe no país”. Lúcia ressalta no vídeo que a unidade da Barra é exclusiva e que atende, apenas, um cliente por dia, proporcionando atenção total ao paciente.
A farmacêutica é dona de uma clínica de três pavimentos supostamente especializada nos procedimentos cirúrgicos. As apurações tiveram início após denúncias da Sociedade Brasileira de Dermatologia, sobre o fato de a profissional não ser médica.
Interdição
A “Rainha dos carecas” foi presa no momento em que um paciente estava no centro cirúrgico e passava pelo procedimento de transplante de fios. Ela atendia a dezenas de pacientes todos os meses.
Foi necessário a polícia acionar a Vigilância Sanitária e um serviço médico que finalizasse o procedimento no homem, que estava sendo operado.
Sem médicos
Apesar de ter uma agenda cheia de pacientes, a clínica não contava com o trabalho de nenhum médico habilitado para fazer os procedimentos cirúrgicos. Os transplantes eram feitos por duas auxiliares de enfermagem, de 26 e 37 anos, que também foram levadas para a delegacia e atuadas pelo exercício ilegal da profissão.
A farmacêutica e as “ajudantes” realizavam a técnica de transplante capilar chamado Extração das Unidades Foliculares (FUE), que extrai e transplanta, com instrumentos específicos, as unidades capilares individualmente.
Aproximadamente R$ 17 mil e documentos foram apreendidos pela polícia, além de vários medicamentos de uso restrito, já que não foram apresentados receituários, notas fiscais e confirmações de quem seria o fornecedor.
Pacientes ouvidos
Segundo delegado responsável pelas investigações, Fábio Correia, a segunda etapa da apuração envolve o depoimento de pacientes que foram atendidos pelas mulheres.
Com o cumprimento dos mandados de busca, teremos acesso aos prontuários e iremos ouvir as pessoas para saber se todos tinham conhecimento que os procedimentos não eram feitos por médicos habilitados”, explicou o delegado.
Correia explicou que a clínica tem dimensões que chamam a atenção. “Conseguimos notar que havia dois centros cirúrgicos, além de salas de medicamentos e consultórios”, disse.
Após o flagrante, todas as suspeitas foram levadas para a delegacia e a clínica foi interditada pela Vigilância Sanitária. Com informações da coluna Na Mira, do site Metrópoles.