A ex-diretora da Americanas Anna Christina Ramos Saicali (foto de destaque) desembarcou, na manhã desta segunda-feira (1º/7), no Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos. Alvo da Operação Disclosure, deflagrada na última quinta-feira (27/6), que investiga fraudes de executivos da varejista, ela se dirigiu diretamente a um posto da Polícia Federal.
A chegada de Anna Saicali ao Brasil foi registrada pela TV Globo, às 6h40, e acontece depois de ela ter se apresentado à Justiça brasileira em Lisboa — para onde viajou no último dia 15.
Como havia mandado de prisão contra a executiva, ela passou a ser considerada foragida na própria quinta-feira e chegou a ter seu nome incluído pela PF na lista de Difusão Vermelha da Interpol pelo Núcleo de Cooperação Internacional.
Na sexta-feira (28/6), contudo, a defesa de Anna Christina pediu à Justiça Federal a reconsideração da prisão preventiva, afirmando que ela se comprometia a retornar ao país e já tinha passagens emitidas.
O juiz Marcio Muniz da Silva Carvalho, da 10ª Vara Federal Criminal do Rio de Janeiro, determinou, então, que a ex-diretora entregasse o passaporte à PF assim que chegasse ao Brasil.
O mandado de prisão foi revogado e Anna não passará por audiência de custódia, mas, segundo a Justiça, ela não poderá deixar o país enquanto as investigações sobre as fraudes bilionárias no balanço da varejista estiverem em curso.
Miguel Gutierrez
O ex-CEO da varejista Miguel Gutierrez, também alvo da operação da PF, foi preso em Madri, na sexta-feira (28/6), e solto no sábado (29/6). Em nota, a defesa do ex-executivo disse que Gutierrez “se encontra em sua residência em Madri, na Espanha, no mesmo endereço comunicado desde 2023 às autoridades espanholas e brasileiras, onde sempre esteve à disposição dos diversos órgãos interessados nas investigações em curso”.
O pedido de prisão dos dois executivos foi feito pela PF como parte das investigações sobre a eventual participação de ex-executivos da empresa na fraude de R$ 25,2 bilhões da Americanas.
De acordo com a PF, a cúpula da empresa não “media esforços para enganar o mercado financeiro” por meio de fraudes contábeis que escondiam os resultados negativos da varejista e garantiam lucros aos seus diretores.