Em protesto, médicos do AM reduzem atendimentos em Manaus e cobram salários atrasados

Foto: Patrick Marques/G1

Em protesto, médicos do Amazonas reduzem os atendimentos a pacientes do Estado, a partir desta sexta-feira (1º). Eles cobram salários atrasados e melhorias no sistema público de saúde.

O Governo do Amazonas ainda não se manifestou sobre o protesto.

O protesto afeta atendimentos não urgentes da rede ambulatorial nas unidades de saúde do Amazonas. Estão nessa lista os hospitais 28 de Agosto, João Lúcio e Platão Araújo; os SPAs e as UPAs.

“Ambulatorial abrange as consultas agendadas, principalmente, policlínicas, ou seja, as instituições que trabalham com consultas médicas”, explicou o médico Victor Hugo, diretor da Cooperativa de Clínica Médica.

As pessoas não atendidas durante o protesto vão precisar reagendar as consultas.

Os atendimentos urgentes e emergentes estão mantidos em todas as unidades.

Reivindicações

O médico Victor Hugo informou que os profissionais cobram salários atrasados e abastecimento das unidades de saúde com produtos para atendimento aos pacientes.

De acordo com ele, os problemas afetam profissionais de diferentes categorias da Saúde, no Amazonas. “Não somos só nós [médicos]. Do maqueiro, enfermeiro, técnico de enfermagem. Isso está geral, e o abastecimento também em uma situação muito difícil. Então, é um movimento que tenta mostrar que a situação como um todo, incluindo a remuneração dos profissionais, está comprometida”, disse.

Os médicos cobram do Governo do Amazonas pagamentos de débitos de 2021 e 2022, além dos salários dos meses de agosto, setembro e outubro de 2023.

Os médicos também pedem o abastecimento das unidades de saúde com materiais para atendimento hospitalar. Eles relatam falta de diversos itens usados nas consultas e tratamentos, como medicamentos e até materiais para cirurgias.

“Realmente, a situação não é boa, obriga a muitos improvisos, a troca frequentes do que o profissional gostaria de fazer de medicamento, de material. Ele tem que ficar buscando substituições o tempo todo. Isso atrasa o tratamento. Isso traz resultados não tão satisfatórios, prolonga o tempo de internação”, disse Victor Hugo.

O médico citou o caso da Fundação Hospital do Coração Francisca Mendes (FHCFM), onde as duas máquinas de cateterismo estarão paradas. Pacientes estão há meses sem exames e procedimentos cardíacos na unidade, que é referência para o tratamento no estado.

“Isso aumenta o tempo de internação dos pacientes. Isso contribui com a superlotação dos hospitais”, destacou o profissional.

Documento

Um documento, assinado por 15 instituições que representam médicos no Amazonas, foi entregue a instituições do Governo do Amazonas, na quarta-feira (29).

O secretário de Saúde do Amazonas, Anoar Samad, confirmou que recebeu as reivindicações. Ele também informou que já pediu da Secretaria de Secretaria de Estado da Fazenda (Sefaz-AM) a liberação de mais de R$ 453 milhões para pagamento de despesas atrasadas.