Todos os 62 municípios do Amazonas entraram em estado de emergência devido a seca história que atinge o estado neste ano. A informação é da Defesa Civil Estadual e foi divulgada nesta quarta-feira (1º). Segundo o órgão, mais de 600 mil pessoas estão sendo afetadas pela estiagem.
O Amazonas vive uma grave crise ambiental. Além da seca histórica, o estado também está em emergência ambiental por conta das queimadas. Foram 3,9 mil durante todo o mês de outubro, o pior dos últimos 25 anos. Com o fogo, uma onda de fumaça invadiu Manaus e colocou a qualidade do ar da cidade como um dos piores do mundo.
Segundo o novo relatório da Defesa Civil do Amazonas, os municípios de Presidente Figueiredo e Apuí, que até então estavam em situação de alerta até o boletim divulgado na terça-feira (31), decretaram situação de emergência nesta quarta (1º).
Em todo o estado, 598 mil pessoas estão sendo afetadas, até o momento, pela seca severa. O número equivale a 150 mil famílias.
Seca no Amazonas
Na capital Manaus, a seca do Rio Negro – a maior dos últimos 121 anos -, isolou comunidades ribeirinhas, fechou escolas e mudou o cenário de pontos turísticos, como, o Encontro das Águas e a Praia da Ponta Negra. O fenômeno também revelou gravuras milenares escondidas em uma praia da capital.
Em Parintins, o Rio Amazonas atingiu a maior seca já registrada na ilha de Parintins, em 49 anos de medição do Serviço Geológico do Brasil (SGB) na cidade. De acordo com a Estação de Monitoramento de Parintins, as águas chegaram em -190 cm, 4 cm abaixo do recorde anterior, de 2010, quando o rio tinha baixado para até -186. A cidade está em situação de emergência por conta da vazante.
Itacoatiara, outro município banhado pelo Rio Amazonas, também registrou a pior a pior seca em 25 anos de medição. No dia 19 de outubro, o nível das águas baixou para 90 centímetros, o pior já registrado pelo SGB.
Já em Manacapuru, o Rio Solimões registrou a pior seca em 55 anos. Segundo o SGB, no dia 18 de outubro, o rio chegou em 3,70 metros.
Com o fenômeno, São Gabriel da Cachoeira, no Alto Rio Negro, sofreu racionamento de energia e desabastecimento. Já outros municípios enfrentaram o fenômeno das terras caídas. Em Beruri, uma vila “sumiu” do mapa” após a queda de um barranco arrastar cerca de 40 casas para dentro do rio. Duas pessoas morreram e três seguem desaparecidas.