O deputado estadual Wilker Barreto (Cidadania) esteve no Hospital e Pronto-Socorro da Criança, na zona Oeste, na Compensa I, nesta segunda-feira, 10, cumprindo o cronograma de fiscalizações em unidades hospitalares como membro da Comissão de Saúde da Assembleia do Amazonas, sendo recebido pela diretora Liege Menezes. Na ocasião, o parlamentar ficou surpreso com as denúncias de assédio que trabalhadores relatam sofrer no local, além da falta e alto número de pedidos de medicamentos e Produtos para a Saúde (PPS) à Central de Medicamentos do Amazonas (CEMA).
“Estive fiscalizando o hospital da criança, falta material, falta medicamento. Um hospital que a gente percebe que foi maquiado para a visita, servidores que são coagidos. A gente percebe no semblante que eles querem falar, mas não podem”, frisou Wilker.
Durante a vistoria, foi possível verificar o estoque zero de 17 PPS, como curativo transparente, fio de sutura nylon, sonda de folley, gel para ultrassonografia, fio cirúrgico polipropileno, entre outros; estoque zero de 07 medicamentos, a citar dexametasona (120ml), benzilpenicilina procaína, digoxina (60 ml), gentamicina (5ml), hidróxido de alumínio (frasco), lactulose (120ml), óxido de zinco (45g) + Vitamina A + Vitamina D, assim como o pedido de 139 medicamentos à CEMA e 130 PPS também à CEMA.
Na unidade, também foi verificado que não há tomógrafo, precisando que os pacientes sejam transferidos para o Delphina Aziz ou ICAM. Foi constatada a falta de máscara de traqueostomia, e a única ambulância do hospital é antiga e está sem ar-condicionado. “Apesar de eu não gostar dessa metodologia de fiscalizar com data e hora, mas eu estou cumprindo meu ofício, e constatei uma unidade que precisa de um tomógrafo, que não tem praticamente uma ambulância, pois a que está lá é precária, e precisa de investimentos importantes para melhorar o seu funcionamento”, disse Barreto.
Na visita, Wilker ainda recebeu um bilhete anônimo que dizia “Os funcionários estão sendo coagidos a não relatarem falta de materiais /insumos, etc, risco de devolução para a SES / Demissão… Isso configura assédio moral…. Por favor, investigue. Estão nos oprimindo”. Para o parlamentar, a situação fere o trabalhador e o cidadão.
“O bilhete foi dado muito discretamente. Quando a gente vem para cá, sente que as pessoas não são livres para falar com a gente, mas isso não deixa de comprovar os absurdos que acontecem, pois muitas coisas batem com as denúncias que recebemos e realizamos o cruzamento de informação. Faltam materiais, medicamentos, e isso é o reflexo da saúde do nosso Estado”, comentou Wilker.
Hospital 28 de Agosto
Ao sair do Hospital da Criança zona Oeste, Wilker ainda recebeu mensagens de ‘pedidos de socorro’. Isso porque, as pessoas relatavam a falta do serviço de ar-condicionado no Hospital 28 de Agosto, fazendo com que acompanhantes tivessem que abanar com pedaços de papelão e folhas os pacientes. Alguns relatos indicaram que pessoas estavam piorando, passando mal, com o forte calor que fazia dentro da unidade. O parlamentar relatou o caos nesta terça-feira, 10, na tribuna da Assembleia e cobrou providências do secretário de saúde, Anoar Samad.
“Ontem recebi imagens de pessoas pedindo socorro, pois o calor está insuportável no Hospital 28 de Agosto, mesmo com a minha visita no dia 11 de setembro, as providências não foram tomadas, salas de enfermaria num calor absurdo. Precisamos dar atenção a este povo sofrido. Que o Anoar possa sair da sala dele com ar-condicionado e veja a realidade”, disparou o deputado que no dia 11 de setembro esteve no Hospital 28 de Agosto realizando vistoria e, desde lá, já apontou problemas com a refrigeração da unidade.