Renunciou, na manhã desta quinta-feira (7/7), o primeiro-ministro do Reino Unido, Boris Johnson. Em pronunciamento nesta manhã, ele afirmou que espera permanecer no cargo até o outubro, para que um substituto seja escolhido pelo Partido Conservador. No entanto, essa vontade depende de avaliação do Parlamento britânico.
“Nos últimos dias, ficou dificil conseguir (continuar). É minha função junto a vocês continuar fazendo o que prometi em 2019. Estou abrindo mão da melhor profissão do mundo, mas quero agradecer a minha família, aos servidores, agências e membros do Partido Conservador”, afirmou ele durante o discurso em frente ao número 10 da Downing Street, residência oficial.
Como sempre, Johnson mostrou segurança e tranquilidade na fala. “Quero agradecê-los pelo privilégio que me deram. Até que o novo primeiro-ministro seja encontrado, vocês serão contemplados”, continuou.
Desde que Boris sinalizou uma possível saída, os jornalistas se posicionaram para aguardar a declaração na famosa porta escura do escritório do premiê, em 10 Downing Street. Mais cedo, veículos como a Sky, BBC, The Telegraph, The Times, Independent, The Sun, Mirror e The Guardian, também previram a renúncia.
Já fragilizado, a gestão de Johnson começou a desmoronar de vez após a revelação de um escândalo de assédio sexual envolvendo o ex-vice-líder do governo no parlamento, Christopher Pincher.
Segundo interlocutores do governo, o primeiro-ministro havia decidido ignorar as denúncias de assédio sexual contra Pincher. O premiê supostamente sabia das queixas, mas, ainda assim, teria optado por nomear Pincher como vice-lider do governo no Parlamento.
Na quinta-feira (30/6), Pincher renunciou ao cargo de vice-líder do Partido Conservador, após ser acusado de apalpar dois convidados em um jantar privado na noite anterior. Em carta enviada a Johnson, ele admitiu que havia bebido demais, causado incômodo e “envergonhado” outras pessoas.
O caso ganhou ainda mais visibilidade após Simon McDonald, um ex-funcionário do Ministério das Relações Exteriores, alegar que Downing Street — gabinete do primeiro-ministro — mentiu ao dizer que não sabia de denúncias anteriores de assédio contra Pincher.
As novas polêmicas causaram ainda mais frustração a parlamentares da legenda, que estariam cansados de defender um governo considerado por muitos como marcado por escândalos. O imbróglio colaborou com a saída em massa de 15 membros do alto escalão.
Veja a lista de baixas no governo Boris Johnson após o escândalo ter ganhado repercussão mundial:
- Will Quince, ministro das crianças e famílias
- Robin Walker, ministro de estado para os padrões escolares
- Rishi Sunak, ministro das Finanças
- Sajid Javid, secretário de Saúde
- Bim Afolami, vice-presidente do Partido Conservador
- John Gleen, secretário de economia
- Alex Chalk, procurador-geral da Inglaterra e País de Gales
- Victoria Atkins, ministra júnior do Ministério do Interior
- Stuart Andrew, ministro júnior da habitação
- Laura Trott, Secretária Parlamentar Particular (PPS) do Departamento de Transportes
- Saqib Bhatti, PPS para Secretário de Estado da Saúde e Assistência Social
- Jonathan Gullis, PPS para Secretário de Estado da Irlanda do Norte
- Nicola Richards, PPS do Departamento de Transportes e MP
- Virginia Crosbie, PPS para o Gabinete do País de Gales
- Felicity Buchan, PPS no Departamento de Negócios, Energia e Estratégia Industrial









