Burnout agora é síndrome ocupacional: o que as empresas podem fazer?

Desde 1º de janeiro de 2022, a Síndrome de Burnout foi incluída na Classificação Internacional de Doenças (CID) da OMS e passou a ser uma síndrome ocupacional. A nova classificação relaciona, definitivamente, a síndrome ao ambiente de trabalho, fazendo com que as empresas tenham responsabilidade direta e indireta pela saúde emocional dos seus colaboradores.

Mas não é só esse ponto que precisa de atenção. Segundo o Índice de Bem-Estar Corporativo (IBC) criado pelo Zenklub com times de psicologia e educação corporativa para que as empresas tenham um panorama da saúde mental de seus funcionários, o Índice Geral de Bem-Estar Corporativo do mercado brasileiro ainda é médio – 49,25 em uma escala de 0 a 100, cujo índice ideal seria de, no mínimo, 78.

Quando falamos em burnout, o índice é de 58,75. Neste caso, quanto menor for a pontuação, melhor o índice de burnout e, consequentemente, de bem-estar. Ou seja, o resultado também traz um alerta para as empresas quanto ao risco de estafa de seus colaboradores. O IBC avaliou cinco dimensões: Ambiente de trabalho, burnout, adição de trabalho, relacionamento com colegas e líderes e volume e controle de demanda. Para a amostragem, mais de 1.6 mil pessoas de 335 empresas de todas as regiões do país participaram.

Neste contexto, o número de pessoas que estão realizando terapia disparou, bem como a menção do tema burnout. Dados do Zenklub apontam que o número de consultas online cresceu 151% no 1º semestre de 2021 ante o mesmo período do ano passado, saltando para 50 mil sessões realizadas por mês. Já as sessões de terapia citando o tema burnout tiveram um aumento de 1397% quando comparamos o 1º semestre de 2020 com o 1º semestre de 2021.

A chegada da pandemia fez com que as empresas olhassem mais para a saúde mental dos colaboradores, mas não o suficiente. Outro levantamento do Zenklub com o Datafolha mostrou que 64% dos brasileiros não têm nenhum tipo de benefício para cuidar do seu emocional, enquanto 86% consideram que esse tipo de benefício ajuda a lidar com os impactos desse período. Com todo esse cenário, mais do que criar um espaço zen ou dar um dia de folga, as empresas vão precisar de uma estratégia para mapear, diagnosticar, tratar e prevenir quando falamos em saúde mental do trabalhador.