Na pandemia, ao menos 5,5 milhões de alunos não tiveram atividades escolares

A chegada do novo coronavírus no Brasil, em fevereiro de 2020, impactou não somente às áreas da saúde e economia, como também a da educação. As medidas restritivas impostas por causa da pandemia de Covid-19, como o ensino remoto e a paralisação das aulas, impulsionaram a evasão escolar em 2020. Isso é o que diz o estudo “Enfrentamento da cultura do fracasso escolar”, lançado pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), em parceria com o Instituto Claro, e produzido pelo Cenpec Educação.

De acordo com a pesquisa, ao menos 5,5 milhões de crianças e adolescentes não tiveram acesso a atividades escolares em 2020. Em outubro, 3,8% das crianças e dos adolescentes de 6 a 17 anos (1,38 milhão) não frequentavam mais a escola no Brasil. O dado é quase o dobro da média nacional de 2019, que foi de 2%, segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua.

Além disso, 11,2% dos estudantes que diziam estar frequentando a escola não haviam recebido nenhuma atividade escolar, e não estavam em férias (4,12 milhões). Assim, estima-se que mais de 5,5 milhões de crianças e adolescentes tiveram seu direito à educação negado no ano passado.

“As opções de atividades para a continuidade das aprendizagens na pandemia não se deram de forma igual para todos os estudantes, excluindo os mais vulneráveis. A perspectiva que se anuncia para os próximos anos é de agravamento dos desafios para a educação pública. Nesse contexto, o enfrentamento da cultura do fracasso escolar é imprescindível”, afirmou Ítalo Dutra, chefe de Educação do Unicef no Brasil.