O presidente Jair Bolsonaro chegou a avaliar demitir o presidente do banco, André Brandão, devido à repercussão da medida, mas recuou após pedido do ministro da Economia, Paulo Guedes.
A decisão de fazer uma paralisação de 24 horas, nesta sexta-feira, foi tomada na última segunda (25/1) em assembleia virtual de funcionários do banco. Segundo nota do Sindicato dos Bancários de Brasília, durante um dia os trabalhadores cruzarão os braços em manifestação à proposta de reestruturação da instituição anunciada recentemente. Uma das principais críticas dos funcionários é a redução salarial de até 40%.
“A perspectiva é de revertermos essa desestruturação com fechamento de agências e demissão em massa, principalmente com a evolução da entrada em cena também de atores sociais e políticos em defesa do Banco do Brasil como instituição pública indissociável da vida dos brasileiros e do processo de desenvolvimento do nosso país”, pontua Morais.
Essa paralisação faz parte de um calendário nacional de luta contra a privatização do banco. “Temos como objetivo avisar toda a população que vai ficar desassistida dos serviços bancários, uma vez que vários municípios brasileiros têm apenas a nossa agência em operação. Isso obriga o pequeno agricultor, por exemplo, andar dias e mais dias em busca de uma operação”, completou o presidente.
O BB informou ao mercado a decisão sobre a reestruturação no último dia 11 de janeiro. A medida, conforme o banco, visa ganhos de eficiência operacional. A estimativa é economizar R$ 353 milhões em 2021 e R$ 2,7 bilhões, até 2025. Uma das metas da instituição é reduzir as agências físicas e reforçar a sua presença digital. O banco tem hoje 22 milhões de clientes digitais e quer conquistar mais 5,5 milhões em 2021. As medidas levantaram suspeitas de que o banco se prepara para uma privatização, mas o presidente Jair Bolsonaro já disse diversas vezes que isso não ocorrerá em seu governo.