O deputado Serafim Corrêa (PSB) lamentou, nesta segunda-feira, 20, as irregularidades apontadas pelos órgãos de fiscalização no Hospital Nilton Lins, inaugurado no último dia 17. Para Serafim, o governo do estado tentou fazer uma “jogada de marketing”, mas, na verdade, precisa levar com seriedade a crise do novo coronavírus.
“Essa pandemia não escolhe cara. Ela vai avançando e avançando cada vez mais. Preocupou-me muito que o governo do estado tenha feito uma inauguração no Hospital Nilson Lins para ser um centro de tratamento, que receberia exclusivamente pacientes com a Covid-19 e isso não aconteceu”, afirmou Serafim.
O parlamentar ainda lembrou que órgãos de fiscalização como o Ministério Público do Estado (MPE), Conselho Regional de Medicina (CRM) e a Fundação de Vigilância Sanitária (FVS) do Amazonas constataram irregularidades no Hospital que impedem o seu funcionamento.
“Isso me deixa em pânico e muito preocupado. Estão morrendo pessoas e o governo tenta fazer uma jogada de marketing. Isso não é bom. Isso é ruim. As pessoas perdem a confiança naquilo que o governo diz. Não é hora de jogar pedra, mas é hora de dizer o que está acontecendo de errado”, disse.
Insensatez de Bolsonaro
Serafim também fez duras críticas ao presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido), que motivou nesse domingo, 19, manifestações em todo o país, desrespeitando as orientações das autoridades de saúde que pede o distanciamento e o isolamento social para evitar o crescimento de casos do Novo Coronavírus.
“Primeiro ele [Jair Bolsonaro] estimulou passeatas e carreatas no Brasil inteiro para quebrar o isolamento social e depois ele foi para frente do Comando Militar de Brasília, onde se realizava o evento e fez um ataque à democracia. Ataques aos poderes legislativos, judiciário. Tudo o que nós não precisamos é de insensatez. Não precisamos de maluquice e lamento que o presidente da República esteja agindo dessa maneira”, lamentou o deputado.
O líder do PSB na Casa Legislativa ainda disse que Bolsonaro está querendo quebrar o isolamento social, o que vai na contramão do que os principais líderes mundiais estão fazendo.
“O que ele [Bolsonaro] quer é quebrar o isolamento social, só que isso vai nos levar a uma situação complicada que nem foi na Espanha e que nem foi na Itália. Esse não é o caminho. Quem diz isso são os cientistas, pesquisadores. Os grandes líderes do mundo estão fazendo exatamente o inverso daquilo que ele [Bolsonaro] pregou e que está querendo. Reitero meus votos em favor da democracia brasileira que é tão jovem. A saúde precisa ser encarada com mais seriedade. Do jeito que estamos indo, estamos no caminho equivocado”, concluiu.
Texto: Luana Dávila