O governador Wilson Lima, horas após a divulgação de uma nota da PGE, com críticas à decisão do juiz Cezar Luiz Bandiera, que suspendeu o contrato de locação do Complexo Hospitalar Nilton, assinado com o governo do estado por R$2,6 milhões, dispensou todas as formalidades do cargo e a liturgia da boa convivência republicana na defesa desproporcional de seu governo.
“Parar as atividades, aqui, tem que passar por cima do meu cadáver. Nós não vamos parar e eu quero ver quem vem aqui enfrentar o governador”.
O desagravo não tem precedentes na história contemporânea da política amazonense.
Drástico na forma e impróprio ao exercício da livre democracia, a insustentável manifestação de Wilson Lima, – um rosário de injúrias insultuosas a um representante da justiça – revela que o governador prefere os caminhos tortuosos construídos pela vaidade pessoal e pelo glamour do cargo, a seguir com retidão e respeito mútuo o bom entendimento republicano.
“Estamos tentando salvar vidas. Enquanto isso têm pessoas que estão lutando contra. É inadmissível uma decisão como essa, baseada numa fakes news”.
Wilson Lima foi desrespeitoso não só com um representante da Justiça local mas, também, com o cidadão Cezar Luiz Bandiera a quem deve um pedido público de desculpa.
Ninguém, é claro, vai passar cima do cadáver do governador. Não será necessário.
A questão que não se discute é que Wilson Lima não está acima da lei. Ou recorre ou terá que cumprir a decisão da justiça.