O presidente da República, Jair Bolsonaro, afirmou neste domingo (29.mar.2020), que gostaria de determinar liberação geral para que a população trabalhe durante a crise do coronavírus.
“Estou com vontade de baixar 1 decreto amanhã. Toda e qualquer profissão, se for necessária para o sustento de seus filhos, arroz e feijão para sua casa, vai poder trabalhar”, disse o presidente à imprensa e a apoiadores em frente ao Palácio da Alvorada.
Bolsonaro trava uma disputa arriscada com governadores, mais notadamente João Doria (PSDB-SP) e Wilson Witzel (PSC-RJ). Enquanto Bolsonaro incentiva as pessoas a saírem de casa e trabalhar, os governadores tomam medidas restritivas para manter a população em casa.
O isolamento social é recomendado por autoridades e especialistas em saúde do mundo todo como principal maneira de combater a epidemia de covid-19, causada pelo coronavírus.
O discurso de Bolsonaro encontra cacofonia dentro do próprio governo. O ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, orienta as pessoas a ficarem em casa.
Perguntado por jornalistas, Bolsonaro afirma que teve a ideia de baixar o decreto naquele momento. “Eu tive um insight. Estou pensando em fazer 1 decreto desses, ver se cabe. Acho que é justo 1 decreto desses”.
Jair Bolsonaro diz ser errado aplicar formas de coerção em pessoas que vão à praia, por exemplo. Ele afirma que, se dependesse só dele, sua filha Laura, de 9 anos, iria à escola.
Antes de falar em frente ao Alvorada, Bolsonaro deu 1 passeio por Brasília, contrariando as recomendações de saúde. Ele afirma que saiu para ouvir os eleitores, e que poderá voltar a fazer isso.
Em seu passeio, Bolsonaro passou pelo Hospital das Forças Armadas. Ele afirma que foi ver o fluxo de pessoas. Perguntado se fez algum exame, não respondeu.
Ele também nega que a Secom (Secretaria de Comunicação da Presidência da República) tenha feito a campanha “O Brasil não pode parar”, suspensa pela Justiça. “Alguma televisão mostrou o vídeo?”, questionou. Segundo ele, o órgão faz vários vídeos, e aquele vazou.