AGÊNCIA BRASIL – Em mais um dia de oscilações no câmbio, o dólar subiu novamente e voltou a fechar no maior valor nominal desde a criação do real. Nesta quarta-feira (19), o dólar comercial encerrou a sessão vendido a R$ 4,366, com alta de R$ 0,008 (+0,18%).
Foi o terceiro dia seguido de valorização da divisa, que operou em alta durante toda a sessão. A cotação operou em forte alta no início dos negócios, chegando a encostar em R$ 4,38 na máxima do dia, por volta das 12h10. O câmbio, no entanto, desacelerou ao longo da sessão, até fechar próximo da estabilidade. Desde o começo do ano, o dólar acumula valorização de 8,8%.
O Banco Central (BC) não tomou novas medidas para segurar a cotação. Hoje, a autoridade monetária leiloou US$ 650 milhões para rolar (renovar) contratos de swap cambial – que equivalem à venda de dólares no mercado futuro – com vencimento em abril. O leilão faz parte da rolagem de US$ 13 bilhões de swap que venceriam daqui a dois meses.
No mercado de ações, o dia foi marcado pela recuperação. Depois de uma pequena queda ontem (18), o índice Ibovespa, da B3 (antiga Bolsa de Valores de São Paulo), encerrou esta quarta-feira aos 116.518 pontos, com alta de 1,34%.
Nas últimas semanas, o mercado financeiro em todo o mundo tem atravessado turbulências em meio ao receio do impacto do coronavírus sobre a economia global. A interrupção da produção em diversas indústrias da China está afetando as cadeias internacionais de produção. Indústrias de diversos países, inclusive do Brasil, sofrem com a falta de matéria-prima para fabricar e montar produtos.
A desaceleração da China também pode fazer o país asiático consumir menos insumos, minérios e produtos agropecuários brasileiros. Uma eventual redução das exportações para o principal parceiro comercial do Brasil reduz a entrada de dólares, pressionando a cotação.
Entre os fatores domésticos que têm provocado a valorização do dólar, está a decisão recente do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central de reduzir a taxa Selic – juros básicos – para 4,25% ao ano, o menor nível da história. Juros mais baixos desestimulam a entrada de capitais estrangeiros no Brasil, também puxando a cotação para cima.