Luiz Carlos Valois responde a Alexandre Garcia a la Noel Rosa: com “um tijolo na testa”

“Mas que mulher indigesta(Indigesta!)///Merece um tijolo na testa////Ela é mais indigesta do que prato////De salada de pepino à meia-noite////Essa mulher é ladina
////Toma dinheiro, é até chantagista///Arrancou-me três dentes de platina///E foi logo vender no dentista..

Mulher indigesta nada mais é do que uma pequena amostra da genialidade poética, social e política do saudoso compositor Noel Rosa, permeada de sutilezas e insinuações, temperados com fino humor, contra as formas de violência, autoritarismo, injustiças e, sobretudo, às malandragens do poder a quem dedica uma boa tijolada na testa.

Ao contrário de qualquer tendenciosidade machista, Mulher Indigesta se encaixa como uma luva macia, doce e harmoniosa, na indigesta república brasileira dos “simpáticos” Bolsominions.

Mirem-se, por exemplo, no comentário pra lá de indigesto do jornalista Alexandre Garcia, porta-voz do último presidente do período da ditadura militar do Brasil, general João Batista Figueiredo, postado no twitter, nesta segunda-feira, 18.

“Tem gente querendo confundir vocês. O juiz Sérgio Moro presidiu um inquérito para para combater a corrupção; não para defender corruptos. Juiz é obrigado a agir ao lado da lei e não ao lado dos que estão contra ela. Justiça é o que dispõe a lei”.

Vejam só o tamanho da ignorância jurídica do Alexandre, que não é “O Grande” e sim o Garcia que expõe com invulgar burrice o BOM jornalismo brasileiro ao vexame público.

Agora digam se merecia ou não um tijolo na testa?

Sandice à parte, Alexandre Garcia é uma vergonha, defensor de um jornalismo triste e subserviente, comprometido e confuso, sem sustentação ética e  compromisso com os fundamentos republicanos e democráticos

Como faz falta Noel Rosa, o mestre do samba, que inspirou várias gerações como a de Chico Buarque, Tom, Edu, com a sua poesia ritmada e embalada na irreverência e ironia – muitas delas, como ilustra a literatura – dirigidas do colégio São Bento a professores ridicularizados nas páginas de um jornalzinho que ele mesmo bolava e editava.

Salve Noel Rosa que, com suas poesias salpicadas com o mais fino humor, desde os mais longínquos tempos, já nos chamava às verdades, hoje tão repetidas e desmoralizadas.

À benção Noel Rosa, que no seu rastro poético inspirou, também, o competente juiz Luiz Carlos Valois, que se encarregou pela  justa e  merecida tijolada no indigesto jornalista dos escaninhos da ditadura.

“Não existe inquérito para combater nada na legislação brasileira. Inquérito só se instaura para apurar fato específico, e juiz não deve combater nada, juiz é juiz, não é Batman”.

O recado está dado. Resta saber se será alcançado pelo irrequieto jornalista morista.

Melhor que colocasse a viola no saco, fechasse a matraca, e visitasse o espelho de quando em quando.

E c’est fini.