Como definir os primeiros 100 dias de Wilson Lima, governador do Estado do Amazonas?
Fácil, extramente fácil. Qualquer pessoa, claro, sem o menor esforço o definiria. A questão é: qual a palavra menos dolorosa para a construção de um aforismo?
Tímido? Desastroso? Catastrófico? Canhestro? Incompetente? Acanhado?
Pois é, essa é a grande dificuldade, digamos assim.
Foram tantos os pecados veniais e mortais nesses 100 dias de governo que caberiam outros adjetivos apropriados como calamitoso, deplorável, lamentável, apagado e tantos outros para defini-los.
Crise na Saúde e na educação; escândalos administrativos; contratos superfaturados; dispensa de licitação; desperdício de recurso público; compra de carros blindados; paralisação das atividades escolares em todo estado por 24 horas; pronto-socorros desabastecidos, sem insumos e medicamos, etc., etc., etc. e tal.
Enfim…
Em 100 dias, o governo Wilson Lima se exauriu, acabou.
Debilitado e com cicatrizes de ordem administrativa e moral profundas, Wilson Lima dificilmente reunirá forças que lhes possibilite a governabilidade.
Os 100 dias de Wilson Lima como governador do Amazonas é de fazer chorar, embora muitos prefiram rir.
No Pronto-Socorro 28 de Agosto sete pessoas morreram na segunda quinzena de março por falta de de antibióticos usados no tratamento das principais infecções.
A direção do PS nega, mas não se coloca frente a frente com a imprensa interessada com o bom jornalismo e com a saúde da população, por exemplo.
No Hospital e Pronto-Socorro (HPS) Dr. Platão Araújo, na Zona Leste de Manaus, um médico não fez a menor cerimônia e gravou um vídeo no meio de uma cirurgia para denunciar que, no hospital, não tinha sequer fio cirúrgico para continuar o procedimento de urgência.
Em fevereiro, médicos e funcionários de empresas terceirizadas fizeram manifestação em frente ao HPS 28 de Agosto e denunciaram o desabastecimento e a falta de leitos na unidade.
O assessor Marcelo Alex, considerado o “queridinho” do governador, é flagrado pedindo propina a empresário para garantir contratos na Seduc e Susam. O nome de Wilson Lima é citado.
Depois de muito bafafa, o governador reconhece o ardil do inescrupuloso assessor para obter vantagens ilícitas e demite Marcelo Alex.
Nos 100 primeiros dias de governo, os contratos sem licitação correram frouxos.
Um empresário investigado por frande em licitações, por exemplo, dono da empreiteira Pontual, é contemplado com contrato de R$ 1,2 milhões para construção de bueiro em Novo Airão.
Na Seduc, onde foi acomodado o paulistano Luis Castro, contratos milionários são dados a empresas sem o menor pudor.
A primeira licitação dispensada beneficiou as empresas G.H. Macário Bento e Bento Martins de Souza Eireli, contratadas para os serviços de fornecimento de merenda escolar para a capital e para o interior no valor de R$ 32 milhões.
Em 100 dias, os fatos que desabonam o governo Wilson Lima são muitos, escabrosos – impróprios à conduta e à boa prática republicana.
Uma ação proposto pelo deputado Wilker Barreto pede ao Ministério Público Estadual (MPE) que investigue o governo do Estado.