247 – “A ditadura que não houve, segundo o presidente Jair Bolsonaro, torturou 20 mil pessoas e matou ou fez desaparecer pelo menos 423 pessoas”, diz o jornalista Clóvis Rossi em sua coluna no jornal Folha de S. Paulo sobre a determinação do presidente Jair Bolsonaro para que as Forças Armadas comemorem o golpe de 1964. “Devem ser esses os “probleminhas” que Bolsonaro disse enxergar na ditadura que, para ele, não houve” ressalta.
Utilizando dados do relatório final da Comissão da Verdade, o jornalista destaca que “das 423 mortes, 180 foram por execução sumária e ilegal ou decorrentes de tortura, perpetradas por agentes a serviço do Estado. Diz o relatório que “essas duas formas de graves violações de direitos humanos ocorreram de maneira sistemática durante os anos da ditadura militar, de 1964 a 1985. Os homicídios eram cometidos pelos órgãos de segurança com uso arbitrário da força em circunstâncias ilegais, mesmo considerado o aparato institucional de exceção criado pelo próprio regime autoritário, iniciado com o golpe de 1964”.
“Ou, posto de outra forma, havia o “probleminha” do arbítrio institucionalizado e havia o “probleminha” do abuso até do arbítrio institucionalizado”, avalia. “Se é isso que se quer comemorar a 31 de março, trata-se de um insulto à civilização. Já se é para “relembrar”, conforme a nova palavra de ordem, o único que cabe é reconhecer os crimes e pedir perdão”, afirma.
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