Portela homenageia à Clara Nunes com muito axé na Sapucaí

EXTRA – A Portela aposta no axé e na força de Clara Nunes para buscar a 23° estrela com o enredo “Na Madureira moderníssima, hei sempre de ouvir cantar uma Sabiá”. Na concentração, o puxador Gilsinho emendava o refrão de “Contos de areia”, de 1984 (primeiro carnaval após a morte de Clara Nunes), com o “Eparrei” de 2019.

A comissão de frente de Carlinhos de Jesus encena o “ritual do entardecer”. As Guerreiras de Iansã, em gestos fortes e corajosos, ora em ataque e defesa, ora em adoração e proteção, sacodem seus eruexins como poderosos escudos, limpando e abrindo os caminhos da Portela.

As Guerreiras curvam-se para a cantora Mariene de Castro, que surge vestida nas cores que deu origem ao nome Yansã, “mãe do entardecer”. Ela reverencia e canta com louvor, para o público da Sapucaí, a frase que definiu Clara Nunes: “Sou Clara Guerreira, a filha de Ogum com Iansã”. Na encenação, um barulho forte de trovão ecoa pelo sambódromo.

Na Avenida, Emanuelle Araújo será Clara Nunes. Ela foi convidada pelo presidente da Portela, Luís Carlos Magalhães, após a apresentação no quadro Show dos Famosos, do programa do Faustão. A participação no desfile era um dos segredos mais bem guardados da Portela.

— Gostaram da minha apresentação e o presidente Luís Carlos Magalhães fez o convite, sabendo do meu envolvimento com a obra de Clara, que conheci através do meu pai que morreu há um mês. É uma honra pra mim — disse a atriz e cantora que pediu licença aos orixás para fazer a homenagem a Clara.

Representando Amelia Gonçalves Nunes, mãe de Clara Nunes, a atriz Gloria Pires se diz emociomada de poder representar uma das pessoas que mais foram inportantes na vida da Sabiá:

— Infelizmente nunca tive a oportunidade de conhecer a clara pessoalmente. Mas como todos que viveram nos anos 1970, sou muito fã.

Sheron Menezzes, que já foi rainha da bateria da Portela, desfila como musa da escola de Oswaldo Cruz neste ano. Para o desfile que homenageia Clara Nunes, a atriz deixou o filho, Benjamin, de 1 ano e quatro meses, com a avó. O marido, Saulo Bernard, a acompanha nesta segunda-feira na Marquês de Sapucaí.

— Estou muito feliz de vir à frente da escola. Por isso, não dá para dizer que apertou a saudade de estar à frente da bateria. A Portela é minha paixão.