O juiz Marcelo Bretas, da 7ª Vara Federal Criminal do Rio, assinou nesta sexta-feira o alvará de soltura, que será cumprido neste sábado, em benefício de Felipe Picciani, gerente da Agrobilara, empresa agropecuária da família. Ele foi preso preventivamente na Operação Cadeia Velha, braço da Lava Jato, em novembro.
Segundo o Ministério Público Federal (MPF), ele é suspeito de lavar dinheiro de propinas pagas a deputados por empresários do setor de transportes e de ter sido um colaborador “indispensável” no esquema de corrupção que envolve o pai. Em delação premiada, o ex-presidente do Tribunal de Contas do Estado (TCE) Jonas Lopes contou que comprou gado subfaturado R$ 600 mil. Lopes disse aos procuradores que combinou com Picciani e com Felipe que seriam emitidas notas com valores superfaturados.
No último dia 3 de julho, a coluna “Informe do Dia”, do jornal O DIA, publicou que pessoas próximas à família Picciani afirmaram que Felipe, preso em Bangu 8, estaria em depressão na cadeia. Ele não estaria comendo e emagrecido muito. Por isso, o pai, Jorge, teria cogitado fazer a delação premiada, o que acabou não acontecendo. Em março, o Tribunal Regional Federal, da 2ª Região, negou pedido de habeas corpus apresentado pelo filho do ex-presidente da Alerj.
Barata admite propina pela primeira vez
Também nesta sexta-feira, o empresário Jacob Barata Filho e o ex-presidente da Federação das Empresas (Fetranspor) Lélis Teixeira admitiram pela primeira vez o pagamento de propinas para políticos do Estado do Rio. Segundo os réus, os valores pagos chegavam a R$ 6 milhões por mês. Os dois prestaram depoimento ao juiz Marcelo Bretas.
Ainda de acordo com eles, o esquema começou há 20 anos e entre os beneficiados estão o presidente afastado da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj) Jorge Picciani. O parlamentar teria recebido a propina por cinco anos, informou a GloboNews.
Barata Filho e Lélis são réus na Operação Cadeia Velha. odia.ig.com.br/