Exploração sexual de crianças e adolescentes é tema do Diálogo Brasil

Crianças e adolescentes são os elos mais fracos de diversas cadeias: a da falta de educação e saúde, do trabalho infantil, da violência doméstica e, inclusive, da exploração sexual. Só no Nordeste são 644 pontos de vulnerabilidade para este tipo de crime mapeados pela Polícia Rodoviária Federal (PRF). Em seguida, vem o Sudeste e o Norte. As formas de prevenção e combate a essa violência são tema do Diálogo Brasil desta segunda-feira (30). Comandado pelo jornalista Maranhão Viegas, o programa será exibido às 22h15, na TV Brasil.

A secretária executiva do Comitê Nacional de Enfrentamento à Violência Sexual contra Crianças e Adolescentes, Karina Figueiredo, é uma das convidadas. Ela explica que exploração sexual é aquela que envolve algum ganho, seja ele em dinheiro ou não. A secretária conta que em muitos lugares, por causa da fome, crianças são exploradas sexualmente em troca de comida. Para ela, a proteção de meninos e meninas deve ser alvo prioritário de políticas públicas. “Se a gente não tiver orçamento garantido para implementar essas políticas, a gente não consegue avançar. A nossa Constituição fala que criança e adolescente é prioridade absoluta, o ECA [Estatuto da Criança e do Adolescente] também fala, mas a gente não consegue ver isso materializado no orçamento”, afirma.

A outra convidada é a subsecretária de Políticas para Crianças do Distrito Federal, Perla Ribeiro, que ressalta que esse tipo de violência traz consequências para toda a vida da criança e do adolescente, principalmente se os traumas não forem tratados adequadamente. Para ela, o combate passa necessariamente pela educação e pelo acolhimento. “A escola tem papel fundamental, principalmente na prevenção à violência sexual. A gente precisa falar com a criança sobre seu corpo e isso por meio de uma educação sexual feita com responsabilidade. Mas hoje, infelizmente, a gente tem enfrentado alguns discursos conservadores que, na verdade, vão na contramão do que a gente precisa para o enfrentamento à violência sexual”, critica Perla.

Também participam, por vídeo, do bate-papo a gerente de projetos especiais da Childhood Brasil, Eva Dengler; a representante da Rede ECPAT Brasil, Lidia Rodrigues; o presidente da Comissão Nacional de Direitos Humanos da PRF, Igor de Carvalho; e a escritora e educadora sexual e Julieta Jacob. Agência Brasil