A nefasta volta do “terceiro ciclo” e distribuição de 70 mil itens em ano eleitoral

Aos 78 anos de idade, no ocaso da vida, como ele mesmo decretou, Amazonino Armando Mendes, governador do Estado o Amazonas, ainda age como se fosse aquele irrequieto estudante do Colégio Estadual do Amazonas e do Curso de Direito da vetusta Faculdade. Sonhou tanto que, em 1964, foi preso pelo Exército e trancado em uma das celas do 1º BIS, ao lado do saudoso professor do Curso de Comunicação Social da Ufam, Erasmo Linhares.

Em Belém, em um Tribunal Militar, a milicada concluiu que o mancebo – um sonhador despido de qualquer ideologia política -não oferecida qualquer ameaça para o novo regime.

Anos depois, já governador, um novo sonho: a revolução do remo pelo motor de pôpa e do machado pela motosserra. Foi massacrado pela comunidade ambientalista internacional.

A ideia até que podia ser boa, mas sem sustenção científica o projeto não prosperou e sequer chegou a ser gestado.

Em vez de alavancar a economia do estado, como o Ciclo da Borracha, que embelezou o Rio de Janeiro e Belém do Pará e mandou milhões de libras esterlinas à coroa britânica, o interior ficou mais pobre.

Sem um tostão furado no bolso para aquisição de combustível para funcionar as rabetas e as motosserras, o riberinho caiu nas garras afiadas e famintas dos regatões.

Assim foi com o “Terceiro Ciclo”, que não alterou em nada, como a Zona Franca de Manaus, que trouxe riqueza e desenvolvimento, a vida do Amazonense.

Milhares de quinquilharias made in china foram distribuídas no interior do estado e o ribeirinho continua pobre e o Amazonas sem nenhum projeto alternativo de desenvolvimento econômico – o único implantado foi pelo governador José Lindoso, destruído pela nova escola política.

Nesta terça-feira, no Centro De Convenções Do Amazonas – CCA Vasco Vasques, que fica ao lado da Arena da Amazônia, Amazonino Mendes promete ressuscitar o Terceiro Ciclo que sequer nasceu com a entrega de 70 mil itens trabalhadores rurais do interior do Amazonas.

“Agora, de novo, é a reedição daquele famoso Terceiro Ciclo. Reeditar aquela esperança do homem do interior que esperou muito tempo e, agora, chega a ele. Agora, o povo do amazonas tem com o que sonhar todos os dias, todas as noites porque nós estamos pensando neles”.

À propósito de alguns itens expostos no grande pátio da CCA, como triciclos, usados ate hoje no interior como viatura policial, Amazonino deverá fazer o seu escambo com as mesmas quinquilharias made in china em troca do voto do eleitor.

Certamente não faltarão terçados, anchinho, enxada e outros apetrechos uados somente pelo mais pobres dos agricultores para garantir tão somente a agricultura de sobrevivência.

Como não não promoveu ciclo algum, nem ontem, nem hoje, como aconteceu em São Paulo, com o ciclo do café, na relação dos 70 mil itens não deverão constar colheitadeiras, adubadeiras, arados de grade e de disco e tantos outros usados no agronegócio eficiente, gerador de renda, emprego e de riqueza.