Alvos de operação, deputados do PTB negam participação em esquema

Os deputados federais Jovair Arantes (PTB-GO) e Wilson Filho (PTB-PB) negaram envolvimento em irregularidades após seus gabinetes na Câmara, em Brasília, terem sido alvos de busca e apreensão pela Polícia Federal (PF). Os parlamentares afirmam que não participaram do esquema de indicações no Ministério do Trabalho, conforme apura a Operação Registro Espúrio, deflagrada hoje (30).

As investigações apontam a existência de um esquema de concessão fraudulenta de registros sindicais junto ao ministério do Trabalho, obtido mediante a indicação de políticos. Desde 2016, o titular da pasta é indicado pelo governo após consultas aos integrantes do PTB.

Por meio de nota à imprensa, o partido disse que jamais participou de “quaisquer negociações espúrias” e reiterou apoio ao trabalho da PF. “A Direção Nacional do PTB declara que, se for comprovado na Justiça o envolvimento de petebistas no referido esquema investigado pela Polícia Federal, os culpados, se houver, devem assumir suas responsabilidades perante a sociedade”, afirmou o presidente nacional da legenda, Roberto Jefferson.

Líder do PTB na Câmara, o deputado Jovair Arantes afirmou, também em comunicado, que se posiciona em consonância com a direção. Já Wilson Filho disse que não fez nenhum tipo de indicação política para cargos na secretaria de Registro Sindical ou no ministério, e que está tranquilo. De acordo com posicionamento divulgado na página dele no Facebook, o parlamentar demonstrou apoio às investigações, disse confiar nos órgãos e na Justiça e que está à disposição para prestar os esclarecimentos necessários.

“Wilson Filho ocupou a liderança do PTB na Câmara, no período de licença do titular, o deputado Jovair Arantes. Nesse período, como função típica da liderança, encaminhou demandas dos parlamentares para os ministérios. Ele ressalta que não fez nada que se caracterize como atividade irregular ou ilícita. Tudo previsto no regimento da Casa e dentro das atribuições do cargo que ocupava temporariamente. Ao final das apurações, sua inocência será comprovada, com a punição dos verdadeiros culpados”, afirmou.

Segundo a Polícia Federal, foi descoberto “amplo esquema de corrupção dentro da Secretaria de Relações de Trabalho do Ministério do Trabalho, com suspeita de envolvimento de servidores públicos, lobistas, advogados, dirigentes de centrais sindicais e parlamentares”. São apurados os crimes de organização criminosa, corrupção passiva e ativa e lavagem de dinheiro.

Na manhã de hoje, 320 policiais cumpriram 64 mandados de busca e apreensão, oito mandados de prisão preventiva e 15 de prisão temporária, além de outras medidas cautelares. Os gabinetes dos dois petebistas e do deputado Paulo Pereira da Silva (SD-SP), presidente da Força Sindical, também foram revistados.