Artistas pintam telas com Gavião-real para colaborar com projeto de conservação da espécie

Artistas e pesquisadores se unem para reforçar as atividades de conservação da Harpia, conhecida como gavião-real, espécie ameaçada de extinção em todo o Brasil. O projeto Harpia de âmbito nacional, que nasceu no Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa/ MCTIC), recebeu a doação de 50 pinturas que retratam a mais imponente águia brasileira e a mais forte do mundo. As telas foram pintadas por artistas de várias partes do mundo do grupo Artists and Biologists United for Nature(Abun).

Com 20 anos de existência, o Projeto Harpia usará os recursos arrecadados com pinturas em diferentes técnicas em pesquisas e ações de conservação da espécie. O gavião-real ocorre nas Américas Central e do Sul, mas a maior população encontra-se na Amazônia. As principais ameaças são a caça e a perda de habitat pelo desmatamento e plantio de soja.

Para criar as pinturas, os artistas usaram fotos dos gaviões. Duas telas foram entregues na última quinta-feira (26) pela coordenadora do Abun na Amazônia, a bióloga Carolina Bertsch, à coordenadora do Projeto Harpia, a pesquisadora do Inpa Tânia Sanaiotti, e à pesquisadora do Programa de Capacitação Institucional (PCI/Inpa), Helena Aguiar. O restante está em arquivo digital.

Uma das telas, a maior, é da artista Kitty Harvill, idealizadora e coordenadora do Abun, foi premiada pela “Annual Artists For Conservation International Exhibition” da Associação “Artists for Conservation” (AFC), do Canada. A outra é de Bertsch, que também é bolsista PCI do Inpa.

A proposta da Abun é que as pinturas sejam reproduzidas em diversos materiais, como camisetas, bolsas e canecas. “Durante 90 dias, os quase 50 artistas de vários lugares do mundo se dedicaram ao gavião-real e produziram as suas obras voltadas para esta espécie ameaçada de extinção”, destacou Aguiar, doutora em Ecologia pelo Inpa.

Segundo Tânia Sanaiotti, para o Projeto Harpia é algo novo ter um trabalho voluntário de artistas que doam sua arte, tempo e criatividade em prol da conservação de espécies ameaçadas de extinção. Para a pesquisadora, esse é um caminho que pode adotado para outros grupos taxonômicos, como serpentes, quelônios e mamíferos.