“O sonho não acabou”. Desde que catapultado à vida pública após fracassada tentativa de decolar na iniciativa privada como sócio de um ganhador da loteria esportiva em Manaus, o governador Amazonino Mendes tenta indisfarçadamente ser o construtor das grandes realizações do estado do Amazonas.
Infelizmente, não é. Amazonino não conseguiu sequer se igualar a Eduardo Braga que tirou milhares de família do lodaçal e da vida em palafitas com a implantação do Prosamim. Isso sem falar na ponte sobre o Rio Negro, que impulsionou em escala logarítmica o desenvolvimento de vários municípios, como Manacapuru e Iranduba.
Na sua imodéstia, avarenta e, sobretudo, sonhadora personalidade de “líder revolucionário”, tão bem descrita por George Orwell em “1984” e “A Revolução dos Bichos”, Amazonino tentou uma tal “revolução” com a troca do remo pelo motor de popa e do machado pela motosserra. Não vigou e se tornou alvo de encarniçadas críticas e fúria da comunidade ambientalista internacional .
Sem o aval da comunidade científica, dos órgãos de pesquisa, da Universidade Federal do Amazonas, Amazonino se lança na mais desastrosa aventura de todos os seus governos: implantar à toque de caixa “O Terceiro Ciclo de Desenvolvimento” – uma espécie de sucedâneo do Ciclo da Borracha e da Zona Franca de Manaus que de longe chegou a ser um arremedo desses modelos.
O resultado todos sabem: um fiasco. O máximo que conseguiu foi distribuir às prefeitura do interior do estado carrinhos de mão, ancinho, enxada e um monte de bugiganga comprado made in China.
Ah! em julho de 1989, Amazonino prometia com toda sonoridade e força de sua voz rouca, como promete, hoje, transformar a Superintendência Geral da Polícia Judiciária na melhor polícia da América Latina. A promessa, segundo ele, seria resultado dos contatos com a polícia norte-americana naquele ano. Aliás, em 1989 Amazonino acaba com a Secretaria de Segurança Pública e cria a Superintendência Geral da Polícia Judiciária.
O então governador Vivaldo Frota do alto de sua sobeja sensatez se encarregou de desfazer a mudança.
Agora – acreditem – quer transformar a Universidade do Estado do Amazonas (UEA) uma universidade de referência no mundo sobre a Amazônia.
“Entendemos que vamos ter de operar uma série de mudanças. Reencaminhá-la para seus objetivos primeiros, que era fazer com que ela seja uma universidade amazônica, a primeira Universidade amazônica do mundo, ponderou Amazonino, quarta-feira, por ocasião da solenidade de posse do Cleinaldo Costa, e Cleto Leal, como reitor e vice-reitor, respectivamente, da UEA.
Lamentável equívoco, as declarações do governador. Na Colômbia e no Peru, por exemplo, a academia está profundamente integrada e comprometida com o conhecimento, o estudo e à pesquisa da cultura, da biodiversidade e de todo o potencial de desenvolvimento sustentável da Amazônia.
À título de exemplo, a Universidade Nacional da Amazônia Peruana (UNAP) foi criada para contemplar com formação profissional humanística, científica e tecnológica os estudantes universitários com enfoque intercultural, respeito a biodiversidade amazônica e responsabilidade social no âmbito do desenvolvimento sustentável.
Na Colômbia, a Universidade da Amazônia foi criada para contribuir especialmente no desenvolvimento da região amazônica, promover pesquisas com ênfase na área amazônica, com vistas ao desenvolvimento de conhecimentos científicos, tecnológicos e culturais, principalmente nas áreas de conhecimento que possibilitem a transformação sustentável dos diversos sistemas naturais e culturais de sua área de influência.
Mas nem tudo está perdido. Afinal, sonhar não faz mal à ninguém. Então sonhe, sonhe muito, sonhe até acordado, pois são esses sonhos que te dão animo pra viver. Mais nunca desista por mais difícil que seja de conquista-lo. (Everton Schuchu). Fonte/FatoAmazonico