No ritmo sonoro de debochadas gargalhadas, entre um bocada e outra de tucumã-arara, com farinha d’água, o governador Amazonino Mendes festejou, galhofeiro, mais uma de suas pandeguices governamentais: terça-feira, dia 09 de abril de 2018, ou seja, ontem, para não evitar erro de cronologia, assinou dois decretos nos quais concede abono salarial aos “amigos do rei”- parafraseando a promotora Cláudia Maria Raposo da Câmara – de até R$ 14 mil.
Sem pestanejar, sem procurar chifre em cabeça de égua, sem tergiversar, sem tropeçar nas palavras pesadas, quase inaudíveis, Amazonino Mendes fez deslizar, macia, fácil, escorreito, a caneta que deu origem a mais ardente, apaixonada e apocalíptica, extravagante e deprimente balbúrdia com o dinheiro do contribuinte.
A partir deste mês, engenheiros em cargos de confiança da Secretaria de infraestrutura (Seinfra), além de secretários de estado, terão acrescido a seus salários generoso abono.
Para os engenheiros – a elite da Seinfra – Amazonino concedeu R$ 6 mil de abono e para os secretários de estado, conforme o grau hierárquico de comando, R$ 14 mil, R$ 11.675,00 e R$ 10.250 mil – tudo isso sem qualquer problema de constrangimento com a lei de responsabilidade fiscal -, o suficiente para que todos fossem contaminados pelo escancarado “sorriso de lagarto”.
Os decretos foram assinados como forma de garantir a “recomposição do PODER AQUISITIVO” da remuneração dos titulares do primeiro escalão do governo uma vez que o salário de R$ 13 mil, pago, hoje, à essa categoria de servidor não se ajusta ao volume de trabalho imposto a ele – uma anomalia salarial e disforme, segundo o governo, quando comparado aos salários de juízes e promotores.
Pobres engenheiros e secretários de estado. O que seria deles se ganhassem tão pouco e trabalhassem como o professor atolado em uma sala de aula ou como o médico e de plantão em um pronto-socorro com os corredores entupidos tano na cidade quanto no interior do estado? Coitadinhos, não resistiriam uma semana e logo morreriam de estafa.
Veja Decreto da bondade