O governador Amazonino Mendes (PDT) completa, hoje (quinta-feira, 16), suas 78 primaveras – praticamente isolado, sem amigos, como em 1983, aos 44 anos, um senhor desconhecido, nomeado prefeito de Manaus pelo então governador Gilberto Mestrinho.
É verdade que em 1983, Amazonino contava com o arroubo da juventude, que aglutinava multidões a seu redor, e a vaidade exacerbada do primeiro cargo público que tanto o encantava.
Amazonino ao centro. À esquerda de Mestrinho e à direita de Enéas Gonçalves
Hoje, diferente de 1983, Amazonino é um político melancólico, sem entusiasmo para mais nada – isolado do grupo político (Eduardo Braga, José Melo, Alfredo Nascimento, Sebastião Reis, Omar Aziz, entre tantos) que rezou o seu catecismo durante mais de uma década.
Isolado, sim, mas com o mesmo DNA de 44 anos passados – inveterado sonhador, ambicioso, demagogo, autocrata, impopular e com um apego compulsivo ao poder.
Hoje, o seu grande sonho é chegar ao quinto mandato de governador. Mas não chegará porque não é inteligente, como acredita, não é preparado, como crer, não tem história, como desejava e, sobretudo, não conta com o apoio político e popular das diferentes camadas da sociedade local.
Na Câmara Municipal de Manaus (posse primeiro mandato de prefeito). Da esquerda para a direita: Manoel Ribeiro, Américo Loureiro, Amazonino e Beth Azize
Pra quem não sabe, Arthur Neto (PSDB), uma das mais expressivas lideranças politicas do estado, que o ajudou a vencer Eduardo Braga na aleição de agosto passado, já declarou que não o apoiará em 2018.
Como é orgulhoso e já esqueceu que amargou várias derrotas políticas – uma delas para Serafim Correa – vai para as urnas assim mesmo.
Com Omar Aziz e Gilberto Mestrinho
Amazonino Mendes jamais decolaria na política partidária local se não contasse com a bondosa ajuda de Gilberto Mestrinho, com um forte esquema de marketing político, criteriosamente montado para garantir popularidade da periferia da cidade e com o apoio de Braga, Zé Melo, Omar, dos Lins, Euler Ribeiro, etc.
Não decolaria porque Amazonino é ingênuo, despreparado, desinformado, egoísta, áspero, tosco, teimoso, porque não tem história.
Ao contrário de Plínio Ramos Coelho, Álvaro Maia, Arthur César Reis, Henock Reis, Amazonino não é apontado como referência de nada. Nunca escreveu um artigo, uma poesia ou um livro. Não tem biografia, não tem lastro ou formação intelectual forte, como os seus contemporâneos Nobre Leão e Paulo Figueiredo, por exemplo.
As homenagens recebidas jamais ultrapassaram as fronteiras do estado.
Não tem reconhecimento nacional senão governador comprador de votos na região norte para aprovar o projeto de reeleição para presidente da república de interesse de Fernando Henrique Cardoso e como prefeito que mandou uma paraense morrer.
Amazonino Mendes fracassou com o Terceiro Ciclo, com a “Revolução” da motosserra e do motor de popa; fracassou com a indústria de pesca, que morreu nas letras frias das notícias de jornal, fracassou como empresário da construção civil e como empresários de dois jornais com pouca vida de duração – o Jornal do Norte e o Correio do Amazonas.
O pior cego é aquele que não quer ver – todos sabem disso, até Amazonino. Flonte/Fato Amazônico