Jackson da Costa Caldeira, 30, conhecido como “Parazinho”; Cristian José Trindade Serra, 26, conhecido como “Bala”; Edercley de Souza Neves, 29, conhecido como “Magrelo”; Moises Luiz Pereira do Vale, 35, conhecido como “Boizinho”, e João Paulo Ferreira Quaresma, 33, conhecido como “Beira”, foram apresentados na manhã desta terça-feira, dia 7, durante coletiva de imprensa realizada às 9h30, no prédio da Delegacia Geral. O bando foi preso segunda-feira, dia 6, pelas equipes do Departamento de Repressão ao Crime Organizado (DRCO), em cumprimento de mandados de prisão preventiva por roubo majorado.
Participaram da coletiva os delegados Guilherme Torres, Paulo Benelli e Bruno Fraga, respectivamente, diretor e diretor-adjunto do DRCO e titular do 13º Distrito Integrado de Polícia (DIP), além do comandante-geral da Polícia Militar do Amazonas, coronel David Brandão. Conforme Guilherme Torres, o bando é apontado como autor de um roubo, ocorrido no dia 30 de outubro deste ano, em um frigorífico, situado na Rua dos Marrecos, Comunidade Fazendinha, bairro Cidade de Deus, zona Norte. Do lugar, o grupo subtraiu cerca de R$ 110 mil em espécie.
Os cinco infratores foram presos pelas equipes do DRCO em via púbica, no bairro Jorge Teixeira, zona Leste da capital. Os mandados de prisão preventiva em nomes dos infratores foram expedidos no dia 4 de novembro deste ano, pelo juiz Julião Lemos Sobral Júnior, no Plantão Criminal.
O diretor do DRCO informou que os infratores também estão envolvidos na morte do policial militar Marcelo Chaves de Souza, ocorrido na madrugada do último dia 28 de outubro, em uma lanchonete localizada no bairro Cidade Nova, zona Norte da capital. A vítima tinha 33 anos.
Com os infratores foram apreendidos quatro táxis, sendo, um da marca Toyota, modelo Etios de placas PHN-2041; um modelo Gol de placas PHL-8778; um Fiat Siena de placas OAB-5210, e outro Fiat Siena de placas JXN-2362. Os veículos eram utilizados pelo bando para praticar os delitos.
Conforme o diretor do DRCO, Jander Rocha de Souza, 39, conhecido como “Porco” ou “Porquinho”, que se apresentou na Delegacia Especializada em Homicídios e Sequestros (DEHS) no dia 31 de outubro deste ano, e o taxista Jackson eram os líderes da organização criminosa. A dupla recrutava os demais infratores para participarem dos delitos. “Boizinho”, “Bala” e “Beira”, tinham a função de observar a movimentação do local e viabilizar o apoio logístico durante as ações.
Além deles, Leonardo William Melo Silva, 19, conhecido como “Léo”; Jorge Luis Carvalho Martins, 22, conhecido como “Gordo”, e Pablo Yuri Pimentel Rocha, 18, o “Loirinho”, que foram presos pela equipe da Delegacia Especializada em Roubos, Furtos e Defraudações (Derfd) ao longo da última semana, eram integrantes dessa organização criminosa e participavam dos crimes. De acordo com o diretor do DRCO, os três jovens eram os executores da quadrilha. Torres explicou que durante depoimento no departamento os cinco homens presos confessaram a participação no latrocínio do policial militar e a autoria do roubo ao frigorífico.
Durante a coletiva o diretor do DRCO informou que as equipes do departamento estão monitorando há cerca de seis meses a organização criminosa. Torres disse, ainda, que cada integrante do grupo tem função definida.
“Uns roubam veículos para cometer roubos, outros conseguem armas, outros cuidam da logística do bando, outros são olheiros e outros os executores. A equipe da Derfd prendeu na semana passada três integrantes dessa quadrilha. Jackson e o Jander, que possui cinco condenações criminais por roubo e cumpria pena no regime semiaberto, eram os líderes do bando e recrutavam os demais indivíduos. Sobre o latrocínio do policial militar Marcelo Chaves, aquele roubo não foi programado. O grupo fazia vários roubos durante à noite e cometeram o roubo naquela lanchonete e, infelizmente, ocasionou na morte do policial militar”, disse Guilherme Torres.
Em depoimento, Jackson relatou que há três meses um ex-presidiário conhecido como “Monstro” já havia tentado roubar o frigorífico, mas não conseguiu e por este motivo passou informações para ele sobre o lugar. Durante dois meses Jackson acompanhou a rotina da empresa. Na ocasião, o infrator observou que toda as segundas-feiras à tarde os proprietários do estabelecimento realizavam depósitos em dinheiro em uma agência bancária, localizada no bairro Cidade Nova, zona Norte.
O titular do 13º DIP explicou que Jackson chamou Moises, Cristian, Edercley, e dois indivíduos conhecidos como “Bad Boy” e “Cobrinha”, que estão sendo procurados pela polícia, para cometer o roubo ao frigorífico. No dia do roubo, “Parazinho” estava em posse de uma pistola calibre nove milímetros, “Bad Boy” de um revólver calibre 38, e “Cobrinha” de um simulacro de arma de fogo. Durante a ação os infratores roubaram R$ 110 mil em espécie, além das bolsas com os pertences das funcionárias e objetos que estavam dentro dos veículos que estavam no frigorífico. Ao longo da prática criminosa, “Parazinho” ainda efetuou um disparo de arma de fogo. Já Cristian, Moises, e Edercley ficaram nas proximidades do frigorífico vigiando o movimento.
“Tivemos conhecimento que eles roubaram um veículo no Centro da cidade e que o carro, posteriormente, foi utilizado no roubo ao frigorífico. Com essas informações e com o trabalho integrado junto com o DRCO chegamos aos autores do roubo no frigorífico. Todos os táxis, apreendidos durante a ação, deram cobertura na ação criminosa. É bom destacar que todos tinham participações extremamente individualizadas nessa organização criminosa”, disse Bruno Fraga.
O coronel David Brandão, comandante-geral da Polícia Militar do Amazonas (PMAM), presente na coletiva de imprensa, agradeceu a atuação da Polícia Civil. “Todos os envolvidos na morte do soldado Marcelo Chaves estão presos. Essa quadrilha está envolvida em outros crimes que serão devidamente esclarecidos no decorrer do Inquérito Policial (IP) instaurado pelo DRCO. Toda quadrilha, composta por nove indivíduos, está presa, graça ao serviços de inteligência da Polícia Civil, bem como da nossa Polícia Militar, por meio da PM dois, que resultou na efetivação da prisão dos infratores em um tempo bem reduzido”, disse o coronel David Brandão.
O delegado Paulo Benelli ressaltou que Jackson; Cristian; Edercley; Moises, e João Paulo irão responder por roubo majorado, em razão dos mandados de prisão. O diretor-adjunto do DRCO informou, ainda, que além desse crime os cinco serão indiciados por organização criminosa. Ao término dos procedimentos cabíveis no DRCO, os infratores serão encaminhados ao Centro de Detenção Provisória Masculino (CDPM), onde irão permanecer à disposição da Justiça.