Artuhur Neto não comparece à solenidade de posse de Amazonino que declara estar no ocaso da vida

“Alea jacta est”. Por volta das 11h20, desta quarta-feira, 04, o presidente da Assembleia Legislativa do Amazonas (Aleam), deputado Abdala Fraxe, dá posse ao governador eleito do Amazonas, Amazonino Mendes (PDT) para completar o quadriênio iniciado em 2015 com o governador cassado, José Melo (PROS), e que se completa em 2018.

Diferente das três últimas posses dadas a Amazonino Mendes, a de hoje foi simples, rápida, sem os floreios e bajulações direcionados ao empossado e sem o obrigatório colorido de perfumadas de flores naturais espalhadas por todos os lados e que dão ao ambiente os ares solene da pompuosidade.

Novidades? Nenhuma. Ou melhor, pelo menos duas chamaram atenção de alguns presentes mais atentos à solenidade de posse do novo governador, que contou com a presença de representantes do judiciário, do mundo político e alguns amigos mais íntimos.

A primeira foi a ausência do prefeito Arthur Virgílio do Carmo Neto (PSDB), alidado de Amazonino Mendes na camapanha vitoriosa de 27 de agosto passado. Nem mesmo um representante do prefeito se fez presente ao ato solene de posse.

A outra foi marcada por profundas contradições na medida que Amazonino Mendes foi empossado por força de liminar concedida na terça-feira, 03, pelo desembardor Martins.

Veja o que diz o governador em seu discurso: “…esta casa (referia-se à Assembleia Legislativa) é fundamental dentro na estrutura democrática. Um governante que não respeita o Legislativo não é um democrata. Como um corre-mão, o Legislativo que não respeita, o Executivo também comete equívoco”.

Uma mea culpa? Uma demonstração de força?

A verdade é que Amazonino em menos de 24 horas de sua diplomação conseguiu mudar uma decisão do Poder Legislativo que, dias após a eleição do governador, definiu o dia 10 deste mês para a data da posse.

“Dentro da celebração da hormonia dos poderes nós pretendemos, também, estabelecer uma relação de absoluta tranquilidade e de respeito mútuo com o Poder Legislativo”, completa Amazonino, que fez questão de ressaltar que assume o governo tranquilo, com a fronte erguida, com honra, descência, dignidade, grandeza de espírito e, sobretudo, espírito público.

“Não me sinto um governador, mas um escravo do povo, que me reconduziu a esse doce sacrifício”.

O final do discurso do governador foi melancólico, como se anunciasse um presságio que se avizinha serenamente: “Este homem está no ocaso, começa a descer a escada e que no descer da escada essa mão ainda tenha energia â distribuir a tantos a esperança”, assevera.

E conclui: “Não trago no espírito rancor, ódio de vingança. Essas pervesidades estão sepultadas da vida de amazonino”.