A Mesa da Unidade Democrática (MUD), que agrupa os partidos de oposição venezuelanos, negou nessa terça-feira (12) que vá abrir nova negociação com o governo, depois que o chanceler da Venezuela, Jorge Arreaza, anunciou que o diálogo seria retomado hoje (13) na República Dominicana.
“A Mesa da Unidade reitera que não há um reinício do diálogo e informa à Venezuela e ao mundo quais são as suas condições para uma negociação séria”, disse a aliança opositora em comunicado, em que afirma também que enviará uma delegação para reunir-se com o presidente dominicano, Danilo Medina.
O governo de Medina e o ex-presidente do Governo espanhol José Luis Rodríguez Zapatero pediram ao governo e à oposição venezuelana um diálogo “urgente”. Eles disseram estar convencidos de que existe “oportunidade para um processo de encontro, reconhecimento mútuo e reconciliação”.
Segundo a oposição, “o convite do presidente Danilo Medina não representa o início de um diálogo formal com o governo”, para o qual a MUD exige “ações imediatas que demonstrem verdadeira disposição de resolver os problemas nacionais”.
Entre as exigências da MUD para uma negociação está a apresentação de um cronograma eleitoral, que inclua uma data para as eleições presidenciais previstas para 2018, além da “libertação de presos políticos, a suspensão das inabilitações a dirigentes opositores e o fim da perseguição”.
A oposição exige também “respeito à independência de poderes do Estado” e “o reconhecimento pleno das competências constitucionais da Assembleia Nacional (Parlamento)”, controlada pela oposição e que teve suas atribuições retiradas pelo Supremo Tribunal e pela Assembleia Nacional Constituinte, instaurada pelo chavismo.
O ministro de Relações Exteriores da França, Jean-Yves Le Drian, foi o primeiro a anunciar a reabertura de um “diálogo” entre governo e oposição venezuelanos a partir desta quarta-feira na República Dominicana. Ele falou ao fim de uma reunião com o chanceler venezuelano, Jorge Arreaza.
O presidente Nicolás Maduro disse que aceita o convite de Zapatero e designou o prefeito do distrito de Libertador, Jorge Rodríguez, como representante do governo.