Em um jogo duro contra o Japão, a seleção brasileira de futebol feminino conquistou hoje (28) a medalha de ouro na Universíade, com um gol aos sete minutos do segundo tempo da prorrogação. O jogo começou às 20h de Taipei (9h da manhã no horário de Brasília).
A medalha foi o segundo ouro do Brasil e o décimo segundo pódio desde o início da competição.
O gol veio da meio campista Diany, que cabeceou um escanteio batido pela zagueira Chaiane. A jogadora que marcou o gol se emocionou ao lembrar que estava na Universíade de 2015, quando o Brasil foi eliminado nas quartas de final e sonhou com o momento em que conseguiria uma medalha na competição.
“Eu já estava ficando cansada, e eu falei para o técnico para me dar mais três minutos, porque Deus daria força aos cansados”, disse Diany, que contou lembrar da família e dos amigos: “Eu pensei em tudo o que a gente já passou no Brasil, porque no futebol feminino a gente luta para estar aqui. A gente estuda, trabalha e faz o que ama”.
O técnico da equipe brasileira, Maurício Moraes Salgado, destacou a qualidade da equipe japonesa e a força de vontade das brasileiras.
“O jogo foi exatamente o que a gente sabia que ia ser, um jogo duro. O Japão é uma equipe muito intensa”, disse. “A gente sabia que seria uma guerra no bom sentido. Foi principalmente um jogo de vitória psicológica”, destacou.
Jogo
No primeiro tempo, o Japão teve grandes chances de marcar um gol, dando trabalho à goleira Maike. No segundo, o Brasil reagiu e criou mais, mas as japonesas continuaram a pressionar.
Os últimos minutos do segundo tempo foram complicados para as brasileiras, e o Japão pressionou na área do Brasil instantes antes de o árbitro encerrar os acréscimos.
Na prorrogação, o jogo continuou muito duro, e o alívio só veio no segundo tempo. O confronto entre as duas equipes foi o segundo na Universíade de Taipei. Classificados no mesmo grupo, Brasil e Japão se enfrentaram no último jogo da primeira fase, e o Brasil venceu por 3 a 1.
No estádio, parte dos taiwaneses aderiu à torcida pelo Brasil e levou bandeiras e camisas brasileiras para a arquibancada. O analista de marketing digital, Allen Chen, de 30 anos, foi ainda mais longe e fez um cartaz em homenagem à zagueira Bruna, que ganhou sua simpatia no último jogo, contra a Rússia.
“Eu me encantei pelo futebol brasileiro em 1998, quando vi a Copa do Mundo e Ronaldo jogando. Passei a acompanhar”, contou Allen, que trouxe amigos para assistir à final.
Assim como Ronaldo, Bruna chamou sua atenção: “No último jogo, eu a vi e já comecei a seguir no Instagram”, disse.
O estudante de espanhol Jenaro Lee, de 23 anos, afirma que os asiáticos são muito fãs do futebol brasileiro, que geração após geração chega ao continente por meio das imagens da seleção e de jogadores que atuam na Europa. Para ele, estar na arquibancada diante do Brasil é especial.
“Sempre assisto na TV os brasileiros jogarem. O futebol deles é especial para as pessoas na Ásia. Os dribles do Brasil são muito habilidosos.”