“Obrigado pela maldade porque eu não iria roubar”, disse o adolescente que teve a testa tatuada com a frase “sou ladrão e vacilão”, em São Bernardo do Campo, no ABC Paulista. “Eu queria morrer na hora que vi porque é para o resto da vida. Comecei a chorar”, completou o jovem de 17 anos, neste domingo (11), em entrevista concedida na casa em que mora com a avó.
Apontados como responsáveis pela tortura, o tatuador Maycon Wesley Carvalho dos Reis, 27 anos, e o vizinho dele, Ronildo Moreira de Araújo, 29, presos desde este sábado (10), alegaram que queriam punir o jovem após uma tentativa de furto de uma bicicleta. “Eu não roubei a bicicleta. Eu estava bêbado, esbarrei nela, segurei no guidão e ela caiu”, afirmou.
Ainda na entrevista concedida ao G1, o adolescente admitiu ainda que precisa de ajuda: “sou dependente químico e alcoólatra”. Desaparecido desde 31 de maio, ele disse que vivia na rua, “usando drogas”.
Solidariedade
Até a tarde deste domingo, R$ 17.8 mil foram arrecadados em campanha de financiamento coletivo para ajudar o adolescente. O Coletivo Afroguerrilha deu início à campanha no site Vaquinha para ajudar o jovem.
O texto da campanha explica que, além de custear o “caro, doloroso e não definitivo processo de remoção da tatuagem”, o montante pedido de R$ 15 mil será destinado também a cuidados com saúde “para se recuperar da dependência química e cuidados psicológicos; pagar custos do processo na justiça contra os torturadores e auxiliar sua avó, que é sua responsável e não tem condições financeiras”. A ação tem data de expiração em 30 de junho. Notícias ao Minuto