No início da noite do dia 28 de abril, o deputado federal afastado Rodrigo Rocha Loures (PMDB-PR) recebeu uma mala com R$ 500 mil de um dos delatores da JBS, em uma pizzaria de São Paulo, como mostraram as últimas revelações da operação Lava Jato, feitas na semana passada.
Por volta de duas horas depois, ligações interceptadas pela Polícia Federal, com autorização judicial, mostram que o próprio Loures ligou para o cerimonial da Presidência da República e pediu para embarcar, junto com a comitiva de Michel Temer, para um compromisso em São Paulo. A informação foi confirmada pela assessoria de imprensa do Palácio do Planalto.
A viagem de Loures e Temer aconteceu, de acordo com informações do portal Uol, no dia 30 de abril. O fato chama a atenção dos investigadores porque, segundo Joesley Batista, o deputado afirmou, em uma das gravações feitas pelo empresário, que era um emissário do presidente.
Rodrigo Rocha Loures e Temer são alvos de um inquérito que tramita no STF (Supremo Tribunal Federal) que apura a suposta prática de obstrução de Justiça e corrupção passiva. Na semana passada, uma decisão do Supremo afastou Loures de seu mandato como parlamentar.
Loures é suspeito de ter recebido propina da JBS para viabilizar nomeações e operações de interesse da companhia. Temer, por sua vez, é suspeito de ter indicado Loures ao empresário Joesley Batista para que ele intercedesse em favor de Joesley em assuntos de interesse do grupo. Ambos negam envolvimentos nos esquemas de corrupção.Notícias ao Minuto