Cunha Lima cede e reforma trabalhista passará também pela CCJ

O vice-presidente do Senado, Cássio Cunha Lima (PSDB-PB), cedeu aos apelos da oposição e determinou hoje (3) que a reforma trabalhista vai passar também pela Comissão de Constituição e Justiça da Casa. Ontem (2), Cunha Lima – que está na presidência do Senado interinamente – havia despachado que a reforma passaria apenas pelas comissões de Assuntos Econômicos e de Assuntos Sociais, o que provocou questionamentos dos oposicionistas.

Segundo ele, a análise por uma terceira comissão deverá elevar o tempo previsto de tramitação da reforma no Senado de 30 para até 60 dias. No entanto, o senador acredita que o prazo maior para discussão será positivo.

“Eu acredito que aumentar em uma ou duas semanas a tramitação não trará prejuízo algum, porque nós vamos ter a oportunidade de debater mais profundamente uma série de temas que são polêmicos. Há muita resistência política e, sobretudo, ideológica, e esse tempo de discussão no Senado será suficiente para tranquilizar o trabalhador brasileiro, que foi vítima mais uma vez de um terrível terrorismo”, afirmou.

Cunha Lima declarou ainda estar confiante de que o projeto será aprovado com tranquilidade no plenário do Senado depois que for analisado pelas comissões. Na opinião dele, o projeto é bom e a maior parte dos senadores será convencida disso.

Relator

A primeira comissão que vai analisar a reforma trabalhista é a de Assuntos Econômicos. Hoje, o presidente do colegiado, senador Tasso Jereissati (PSDB-CE), nomeou o senador Ricardo Ferraço (PMDB-ES) relator da matéria na comissão.

Ainda não há definição sobre quem serão os relatores na CCJ e na Comissão de Assuntos Sociais.

Reunião com centrais

Mais cedo, o líder do PMDB, senador Renan Calheiros (AL), recebeu representantes das centrais sindicais e da oposição. Ele, que tem se posicionado contrário à reforma, questionou o ponto do texto que prevê o fim da contribuição sindical obrigatória e o impacto no Sistema S, que recebe contribuições advindas dessa fonte.

“Essa reforma parece incoerente, porque na medida em que ela acaba com a contribuição sindical dos trabalhadores, ela mantém o sistema S em funcionamento com a sua contribuição. Essas coisas precisam ser respondidas”, afirmou.