A União Europeia (UE) rompeu hoje (24) a neutralidade e manifestou apoio ao social liberal Emmanuel Macron no segundo turno das eleições presidenciais francesas. Macron venceu o primeiro turno neste domingo (23), ficando à frente da eurodeputada Marine Le Pen, candidata da exrtema-direita, que disputará com ele a segunda rodada de votação, no dia 7 de maio. As informações são da agência EFE.
Macron, o mais pró-europeu dos 11 candidatos do primeiro turno, é defensor da reativação do projeto europeu, enquanto Marine Le Pen fez do abandono do euro sua bandeira e defendeu a realização de um referendo para a saída da França da União Europeia.
Teste para a Europa
Para o comissário de Assuntos Econômicos da UE, Pierre Moscovici, a disputa francesa é única, não só pela ausência de partidos tradicionais no segundo turno, mas também pela ruptura ideológica, que transformou a segunda rodada das eleições presidenciais em uma espécie de “referendo sobre a Europa”.
O socialista francês Moscovici foi um dos primeiros a pedir votos para Macron. “Há um candidato que é o de todos os democratas e pró-europeus, que é Emmanuel Macron. Não deve faltar-lhe nenhum voto, e terá o meu em 7 de maio”, disse Moscovici.
Com a Europa no centro da campanha, o presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, felicitou publicamente Macron “pelo seu resultado no primeiro turno e lhe desejou ânimo para o futuro”, informou o porta-voz comunitário Margaritis Schinas no Twitter. “Nosso presidente pensou que era útil ligar para o candidato que tinha defendido a opção a favor da Europa”, explicou Schinas, quando perguntado pela incomum felicitação da Comissão Europeia, que tem por norma não se pronunciar sobre processos eleitorais em curso.
“Ver as bandeiras da França e da UE comemorando o resultado de Macron é a esperança e futuro de nossa geração”, afirmou a alta representante para Política Exterior da UE, Federica Mogherini, também pelo Twitter.
O chefe negociador para o Brexit na UE, Michel Barnier (conservador francês), e os principais grupos políticos da Eurocâmara, entre outros, também manifestaram apoio ao líder centrista. Barnier declarou que, como “patriota e europeu”, votará em Emmanuel Macron no dia 7 de maio.
O líder do Partido Popular Europeu na Eurocâmara, Manfred Weber, disse que “todos os democratas devem estar unidos contra os radicais e populistas”, enquanto a vice-presidente dos social-democratas europeus, a espanhola Elena Valenciano, destacou que Macron “é um sopro de ar europeísta, imprescindível para a França, a Espanha e a Europa”.
O porta-voz Margaritis Schinas reforçou que o Executivo comunitário “não fará campanha” no segundo turno, mas estará preparado para fazer “uma defesa da verdade fática e objetiva” das políticas europeias e “dissipar as controvérsias”.