Um fato nada comum surpreendeu um criador de aves de Mâncio Lima, no interior do Acre, no início desta semana. Há cinco dias, na terça-feira (14), quando fazia a transferência dos pintos da chocadeira para o berçário, o criador Dienes Lima, de 25 anos, que também é professor universitário, se espantou ao perceber que uma das aves do criatório, que havia nascido naquele dia, era diferente das demais, era um pinto com quatro patas. O fato que fez o animal ser batizado com o nome da sua principal característica: “Quatro Patas”.
“Eu crio codornas aqui, é como um hobby, mas aproveitamos para tirar uma renda, criamos também algumas galinhas caipiras, e vendemos as aves e os pintos de até quinze dias. Para mim foi uma surpresa. Eu percebi que este pinto era maior que os outros, quando peguei para ver, notei que ele tinha duas patas a mais, e por isso era maior, então decidi dar o nome para ele de “Quatro Patas”, devido também o personagem “Quatro Braços”, do desenho do Ben 10”, contou.
Dienes cria aves há pelo menos 06 anos, e segundo ele nunca havia presenciado nenhuma anomalia desta natureza. O que mais surpreende o criador foi o fato de “Quatro Patas” ter permanecido vivo. Segundo ele, normalmente quando os animais nascem com algum problema morrem em pouco menos de duas horas.
“Em todo esse tempo é a primeira vez que vejo isso. O mais interessante foi que eu pensei que ele morreria, mas já está vivo há cinco dias, e estou dando todo cuidado necessário para que ele permaneça com vida”, disse.
O criador confessou que não pretende vender o pintinho, ele vai criá-lo como um animal doméstico.
“Todos os outros pintos da mesma ninhada já foram vendidos, mas dele eu não me desfaço. Vou criá-lo e não vendo para ninguém”, finalizou o criador.
De acordo com a mestranda em zootecnia Tiane Nery, a anomalia em questão é um caso de polimelia, ou seja, é uma malformação congênita que têm como consequência a presença de membros supranumerários no animal.
“Esses membros supranumerários tendem a ser pequenos e deformados e podem ocorrer em qualquer espécie animal. A malformação congênita tem origem em distúrbios de embriogênese ( processo de formação do embrião) e não é transmissível através dos genes, mas por outras vias como: infecciosas, nutricionais, e anormalidades de crescimento. A consanguinidade dos animais criados em cativeiro ainda representa uma grande porcentagem na causa de malformação, pois um controle reprodutivo efetivo ainda é raro”, explicou a zootecnista
Tiane ressaltou ainda que no caso de duplicação de membros, independente da porção que é replicada, o defeito é considerado como um caso de siameses. Esse caso específico de polimelia não implica na morte do animal, a não ser que estivesse associada a outras malformações, como por exemplo, ausência de um orifício excretor.Juruá online