Agraciado com o Prêmio Anísio Teixeira de Educação Superior, o pesquisador do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa/MCTIC), Adalberto Luis Val, atribui o reconhecimento ao trabalho realizado há quase quatro décadas de estudo na Amazônia e à militância para que a região integre de fato à agenda nacional no que se refere à Ciência, Tecnologia, Inovação e Educação. A cerimônia acontecerá, na próxima quarta-feira, às 15h, no Palácio do Planalto, em Brasília.
O prêmio é oferecido a cada cinco anos pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) a personalidades brasileiras que contribuem de modo relevante para o desenvolvimento da pesquisa e formação de recursos humanos no país. Pesquisador 1A do Conselho Nacional Científico e Tecnológico (CNPq), membro da Academia Brasileira de Ciências, o doutor Adalberto Val, especialista em peixes, estuda as adaptações biológicas às mudanças ambientais.
De acordo com o pesquisador, os estudos só foram possíveis graças ao apoio do Inpa, da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam), do CNPq e da Capes, e ao apoio de muitas pessoas com as quais trabalhou. “Compartilho esse prêmio com essas pessoas. Penso que é um reconhecimento também a minha militância para que a Amazônia realmente faça parte da agenda nacional no que se refere à Ciência, Tecnologia, Inovação e Educação”, destaca Val, que é ex-diretor do Inpa e atualmente coordena o Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia – Adaptações da Biota Aquática da Amazônia (INCT-Adpta/Inpa).
Para Val, diante da crise política e econômica vivida pelo país e que afeta diversos setores, incluindo CT&I, “mais do que nunca”, a Amazônia e o Brasil precisam de pessoal altamente qualificado para que a produção de informações possa atender as demandas intelectuais, sociais e econômicas. “A capacitação de pessoal ao longo dos últimos anos tem mostrado isso de forma marcante. No entanto, corremos contra o relógio neste momento, já que não podemos deixar desmontar a infraestrutura e a capacidade intelectual que montamos”, diz.
Frente aos cenários desafiadores, Adalberto Val diz acreditar que o melhor caminho é ter gente capaz de repensar e partir de verdades estabelecidas para novas verdades. “Portanto, o esforço para manter os investimentos em qualificação de pessoal é sempre vital”, assegura o pesquisador, que recentemente foi agraciado também com o título de cidadão do Amazonas.
Além de Adalberto Val, também receberão a condecoração os pesquisadores Malaquias Batista Filho (UFPE/PE), Jorge Almeida Guimarães (UFRGS/RS), Helena Bonciani Nader (Unifesp/SP), Márcia Cristina Bernardes Barbosa (UFRGS/RS) e Roberto Cláudio Frota Bezerra (UFC/CE).