Serviços de combate ao diabetes é levado para a periferia de Manaus

Moradores da zona Norte da cidade receberam neste sábado, 13, atendimentos médicos especializados com nefrologistas, oftalmologistas, odontólogos, nutricionistas e enfermeiros para rastreamento de nefropatia diabética. A ação faz parte do Programa de Atendimento às Nefropatias Diabéticas (Panded), uma parceria entre a Secretaria Municipal de Saúde (Semsa) e Universidade Federal do Amazonas (UFAM) para identificar a doença e iniciar o tratamento imediato.

Os atendimentos aconteceram no Centro de Convivência do Idoso Armando Mendes e na Unidade Básica de Saúde (UBS) Armando Mendes, no Manoa, durante toda a manhã. O secretário municipal de Saúde, Homero de Miranda Leão Neto, acompanhou a ação e disse que a Semsa tem 74 mil pacientes diabéticos cadastrados no Programa de Controle de Hipertensão e Diabetes (Hiperdia), sendo quatro mil deles dependentes da utilização de insulina e fazendo o controle e automonitoramento nas Unidades Básicas de Saúde.

“É um problema de saúde que damos prioridade, porque um bom manejo desse problema, ainda na Atenção Básica, evita hospitalizações e mortes por complicações cardiovasculares e cerebrovasculares. Por isso, fazemos esse rastreamento, para que as pessoas possam se cuidar o quanto antes”, ressaltou Homero.

A Sociedade Brasileira de Diabetes estima que o Brasil tenha 14 milhões de pessoas com a doença, que representa uma das principais causas de cegueira, amputações e de diálise. A coordenadora do Paned, a nefrologista Karla Petrucelli, informou que cerca de 20% dos pacientes que fazem o exame para identificar a nefropatia diabética, tem a doença confirmada.

“O controle da diabetes nos pacientes inclui o monitoramento dos níveis de glicemia (açúcar no sangue), utilização correta do medicamento, em conjunto com um estilo de vida saudável e atividade física, reduzindo o risco de complicações”, salientou a especialista.

Segundo Petrucelli, a nefropatia diabética é uma doença que consiste em problemas nos vasos sanguíneos do rim e a consequente perda de proteínas através da urina. “O rim é o órgão responsável por filtrar as substâncias do corpo, eliminando, pela urina, as que não terão utilidade, como as toxinas, por exemplo. O trabalho do rim é de grande importância para a manutenção da saúde do corpo e, dessa forma, é preciso ficar atento alguns fatores que podem indicar a ocorrência de nefropatia diabética, que prejudica a filtragem realizada pelo rim. E isso que estamos investigando na ação”, afirmou.

Durante toda a manhã, foram aplicados questionários de avaliação de risco para o diabetes, cálculo do índice de massa corporal (IMC), teste de glicemia capilar, teste de fundo de olho, atendimento médico, odontológico, orientação nutricional, oferta de exames, além de atividades educativas.

Doença

O Diabetes Mellitus é uma doença do metabolismo da glicose causada pela falta ou má absorção de insulina, hormônio produzido pelo pâncreas e cuja função é quebrar as moléculas de glicose para transformá-las em energia a fim de que seja aproveitada por todas as células.

Pode ser do tipo I (quando o pâncreas produz pouca ou nenhuma insulina, onde a doença se instala mais na infância e adolescência e exige a aplicação de injeções diárias de insulina) e tipo II (as células são resistentes à ação da insulina e há uma maior incidência da doença em pessoas depois dos 40 anos de idade). Também pode ser do tipo gestacional, que ocorre durante a gravidez e, na maior parte dos casos, é provocado pelo aumento excessivo de peso da mãe.

Os principais fatores de risco são: obesidade (inclusive a obesidade infantil), hereditariedade, falta de atividade física regular, hipertensão, níveis altos de colesterol e triglicérides, idade acima dos 40 anos (para o diabetes tipo II) e estresse emocional.